Resumo
O artigo sintetiza um olhar/pensamento sobre a obra artística de Silvio Nunes Pinto, trabalhador rural que, no exercício de suas atividades cotidianas e para atender às demandas de suas realidades concreta e psíquica, produziu objetos ricos em detalhes e acabamentos, apesar de não se restringir somente às funções a elas destinadas. Sua obra é regida pela demanda imaginária e criativa que fabrica e dá forma à matéria indistinta da doméstica e distinta do sistema de arte. Para pensar sua poética do silêncio, recorri ao poema “Um lance de dados jamais abolirá o acaso” de Mallarmé (2014) de maneira associativa, e interdisciplinaridade de autores como Jacques Lacan (1982, 1985, 1992); Gilbert Durand (1989); Homi Bhabha (2007), entre outros.
Referências
BARCELLOS, Vera. Silvio Nunes Pinto. Fôlder da exposição Silvio Nunes Pinto: Ofício e Engenho. 2016. Disponível em: http://fvcb.com.br/?page_id=346. Acesso em: 9 abr. 2017.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.
CAUQUELIN, Anne. Arte contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário. Trad.: Hélder Godinho. Lisboa: Editorial Presença, 1989.
LACAN, Jacques. O Seminário. Livro 11. Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. (Coleção Campo Freudiano no Brasil).
LACAN, Jacques. O seminário. Livro 20. Mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1982 [1972-1973].
LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992. p. 143-144. [1960-1961].
MALLARMÉ, Stéphane. Um lance de dados. Trad.: Álvaro Faleiros. São Paulo: Ateliê Editorial, 2014.
MELENDI, Maria Angélica. A linguagem não é transparente. In: MELENDI, Maria Angélica. A imagem cega. 1999. Tese (Doutorado) – FALE, UFMG, 1999.
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