Resumo
O presente artigo defende a inclusão do ser humano comum e anônimo na lógica de uma arte que somente pode ser pensada em sentido público, dentro do cotidiano e da vida prática das pessoas. Para isso, proponho uma discussão baseada em um recorte de textos escritos por teóricos como Lorenzo Mammi, Rosalind Krauss e Jacques Rancière, cotejando-os com a frase “o museu é o mundo”, proferida pelo artista brasileiro Hélio Oiticica. Assim, tanto o contorno da arte, que pode ser pensado em termos de uma autoconsciência, quanto a questão dos dispositivos de controle, além dos modos de percepção e de endereçamento da produção sensível dentro do regime estético, podem operar ficções ligadas a uma construção histórica de reinvenção de mundos.
Referências
CESAR, Marisa Flórido. Nós, o outro, o distante: na arte contemporânea brasileira. Rio de Janeiro: Circuito, 2014.
CHICO Science & Nação Zumbi. Afrociberdelia. CD. Faixa 6: um passeio no mundo livre (4 min.). Columbia Records, 1996.
COTRIM, Cecília e FERREIRA, Glória. Escritos de Artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
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KRAUSS, Rosalind. A voyage on the north sea: art in the age of the post-medium condition. Nova York: Thames & Hudson, 1999.
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OITICICA, Hélio. Posição e Programa [1966]. In: OITICICA, Hélio. Museu é o mundo. Rio de Janeiro: Azougue, 2011.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Tradução: Mônica Costa Netto. São Paulo: Editora 34, 2012.