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O im/possível como coeficiente artístico
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Palavras-chave

Ficção política
Arte contemporânea
Subjetividade
Fotografia contemporânea

Como Citar

STUBS, Roberta. O im/possível como coeficiente artístico. Revista Visuais, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 79–105, 2019. DOI: 10.20396/visuais.v5i1.12137. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/visuais/article/view/12137. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

Este texto é um grito de resistência que pensa a coextensividade entre o coeficiente artístico e o coeficiente vida enquanto produção de mundos. Recorro a Gilles Deleuze, Félix Guattari, Michel Foucault, Jacques Rancière, Marcel Duchamp e François Soulages para pensar a arte, e a imagem fotográfica mais especificamente, enquanto ficção ética-estética-política. Num convite para inventar no mundo outras suavidades/sensibilidades, entendo a ficção como exercício político para desmistificar as verdades absolutas que crivam nosso corpo e a própria realidade. Num contexto de esvaziamento de nossa capacidade imaginativa, a ficção se torna ferramenta que reativa em nosso corpo/subjetividade fluxos crítico-inventivos. É nesse sentido que apostamos no /im/possível como forma de ultrapassar um aparente esgotamento do presente e resignificar a vida. Valendo-me de alguns trabalhos autorais, exploro a ideia de que em terreno de ficção o tempo ganha várias camadas, o presente se expande no encontro do passado com o futuro, e a realidade se desdobra em múltiplos e vastos mundos.

https://doi.org/10.20396/visuais.v5i1.12137
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