Resumo
Este artigo analisa o itinerário de La civilización occidental y cristiana (1965), obra do artista argentino León Ferrari, através de suas exposições. Parte-se de sua primeira aparição no Prêmio Di Tella, em 1965, sua retirada do certame e o questionamento de seu caráter artístico pelo crítico Ernesto Ramallo até sua consagração, em 2007, como trabalho central na trajetória do artista homenageado com o Leão de Ouro na 52ª Bienal de Veneza e, em 2015, como uma das obras apresentadas na mostra International Pop, a qual esteve articulada com o movimento de reescrita do cânone da arte pop. Desse modo, este texto também examina as exposições enquanto instâncias legitimadoras da arte, pois discute o arco entre a censura e a consagração do trabalho de Ferrari, especialmente sua inserção no rol de obras de um autointitulado cânone pop expandido. Assim, pretende-se abordar como esse cânone tem sido formulado e operado a partir de uma “retórica do global” que visa dar cognoscibilidade e inteligibilidade – e mesmo aspecto global – a produções artísticas de regiões não-hegemônicas e, também, como isso tem alterado as análises referentes ao trabalho em questão.
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