Resumo
A presença de crostas de diferentes composições é uma ameaça para o patrimônio cultural. No Brasil, a maioria das pinturas pré-históricas se encontra em paredões expostos às intempéries. Para esta pesquisa, foram coletadas amostras no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, em Minas Gerais. A caracterização físico‑química foi feita por análise térmica, EDS, DRX e FTIR. As análises indicaram a presença de carbonato de cálcio (CaCO3 ), como um produto de degradação da rocha, e de oxalato de cálcio (CaC2O4·2H2O) e sulfato de cálcio (CaSO4·2H2O) em áreas onde cresce um micro-organismo. Este micro-organismo é provavelmente o líquen Aspicilia calcarea, que já foi encontrado em alguns sítios arqueológicos em outros países.
Referências
AULER, A.; RUBBIOLI, E.; BRANDI, R. 2001. “As Grandes Cavernas do Brasil”. In: Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas, Belo Horizonte, 2001.
BRANCO, H. D. O. C.; SOUZA, L. A. C. “Rock art conservation in the Peruaçu valley, Minas Gerais, Brazil”. In: Preprints of the 13th Triennial Meeting of the ICOM Committee for Conservation. Rio de Janeiro, 2002, p. 556-559.
DEI, L.; MAURO, M.; BITOSSI, G. “Characterization of salt efflorescences in cultural heritage conservation by thermal analysis”, Thermochimica Acta, v. 317, 1998, p. 133‑140.
HATAKEYAMA, T.; LIU, Z. Handbook of thermal analysis. Chichester: John Wiley & Sons, 1998.
MARTIN, G.; ASÓN, I. “Arte rupestre pré-histórico en Brasil: la tradición Nordeste”, Revista de História da Arte e Arqueologia, n. 4, 2000, p. 7-26.
PROUS, A.; BAETA, A. M. “Arte rupestre no vale do Rio Peruaçu. Aspectos gerais”, O Carste, v. 13, n. 3, 2001, p. 152-158.
RIBEIRO, L.; ISNARDIS, A. “Os conjuntos gráficos do Alto-médio São Francisco (Vale do Peruaçu e Montalvânia) – Caracterização e sequências sucessórias”. In: Arquivos do Museu de História Natural – UFMG, Belo Horizonte, v. XVII/XVIII, 1996/1997, p. 243-285.
RUSS, J.; KALUARACHCHI, W. D.; DRUMMOND, L.; EDWARDS, H. G. M. “The nature of a whewellite-rich rock crust associated with pictographs in southwestern Texas”, Studies in Conservation, v. 44, 1999, p. 91-103.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Revista de História da Arte e da Cultura