Resumo
A obra Marabá, pintada em 1882 por Rodolfo Amoedo, tem uma peculiaridade: possui um estudo preparatório, sendo ambas as obras pertencentes ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Postas lado a lado, podemos percebê-las como obras irmãs, obviamente, mas muito distintas em intenção: enquanto a tela oficial, a despeito de suas particularidades e afastamentos de sua matriz literária, o poema homônimo de Gonçalves Dias, pretende ser uma comprovação dos avanços artísticos do pintor em solo francês e respeitando as premissas do indianismo que capitaneava a produção artística nacional ainda na década de 1880, o estudo preparatório se mostra um amplo campo de experimentações semânticas, exibindo uma “mestiça” provocadora e pouco afeita aos simbolismos da pátria. Este artigo propõe-se a analisar e tecer relações entre ambas as obras e outras produzidas no mesmo período, buscando entender como se relacionavam os artistas da geração de Amoedo com o legado nacionalista assentado sobre a figura indígena.
Referências
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