Resumo
Membros da elite faraônica egípcia, cidadãos da Roma Antiga e guerreiros “Vikings” posando ao lado de um aquecedor a lenha, aparentemente inconscientes do caráter inverossímil da sua reunião... Uma festa de noivado, na qual um dos convidados ostenta um grande guardanapo enrolado na cabeça, enquanto
um companheiro seu, de olhar sonhador, inclina-se docemente sobre o seu ombro... Essas são apenas algumas das insólitas cenas de ateliê que, ao lado de outras mais prosaicas, figuram no álbum de fotografias intitulado “München Rio de Janeiro Paris 1896-1914”, organizado pelo artista brasileiro Helios Aristides Seelinger (1878-1965). Boa parte das fotografias desse álbum data dos anos 1910 anteriores à Primeira Guerra Mundial, período que representou um dos ápices da “Cidade-Luz” como foco de convergência para brasileiros em busca de aperfeiçoamento artístico e/ou melhores condições para exercer sua profissão. Por meio da análise de algumas das fotografias presentes no álbum de Seelinger, nosso objetivo no presente artigo é discutir de que maneiras as imagens de ateliê contribuem para a construção da autoimagem do próprio artista.
Referências
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Copyright (c) 2020 Arthur Valle, Camila Dazzi