Resumo
O presente artigo tem como objetivo responder à indagação: Rita Loureiro é uma pintora primitiva ou erudita? Tal questionamento é pertinente porque as pinturas da artista parecem ter características que as enquadram no estilo primitivo, tais como muitas figuras no espaço pictórico e elementos da cultura popular, inclusive sendo classificada como pintora naïf por Hélène Renard. Porém, Gilda de Mello e Souza sugeriu que a artista é erudita ao elencar aproximações entre a pintora amazonense e pintores renascentistas, mesmo Loureiro não tendo frequentado academias de arte, sendo autodidata. A partir da leitura e análise de duas de suas obras, comparamos o seu estilo com os estilos de artistas renomados como Hieronymus Bosch, pintor holandês, e Henri Rousseau, artista francês da pintura naïf. Nosso foco será analisar os estilos por meio da construção pictórica, estudando técnicas e elementos próprios da pintura a partir da análise da sintaxe visual embasado em Donis Dondis. Dessa maneira, ao compararmos os estilos desses artistas, teremos a seguinte hipótese: Rita Loureiro é erudita por ter um estilo alinhado ao clássico e afastado do primitivo.
Referências
ARANTES, Otília Beatriz Fiori. Mário Pedrosa: Itinerário Crítico. São Paulo: Scritta Editorial, 1991.
ARTE Primitiva. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3183/arte-primitiva. Acesso em: 20 maio 2018.
AQUINO, Flávio de. Aspectos da pintura primitiva brasileira. Rio de Janeiro: Editora Spala, 1978.
BOSCH. Coleção Mestres da Pintura. São Paulo, SP: Abril Cultural, 1977.
COVOLAN, Elaine Nunes de Aguiar. Esculturas Boschianas: Explorando possibilidades escultóricas a partir da obra de Hieronymus Bosch. 2011. [s. n.]. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) - Instituto de Artes, da Universidade Estadual de Campinas, 2011.
DONDIS, Donis A. Sintaxe da linguagem visual. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2015.
FREITAS, Maria Helena Sassi. Pintura Naïve: conceitos, características e análises, quatro exemplos em São Paulo. 2011, 208 f. Dissertação (Mestrado em Artes Visuais) - Instituto de Artes da UNESP, São Paulo, 2011.
GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
HENRI ROUSSEAU, Pinturas, Biografia, Citações. O sonho, 1910 por Henri Rousseau. 2008. Disponível em: http://www.henrirousseau.net/the-dream.jsp. Acesso em: 20 maio 2019.
HIERONYMUS Bosch. Disponível em: https://www.ebiografia.com/hieronymus/. Acesso em: 20 maio, 2019.
LOUREIRO, Rita. Boi tema. Apresentação Gilda de Mello e Souza. Rio de Janeiro: Philobiblion, 1987.
LOUREIRO, Rita. Rita Loureiro: interpretação de Macunaíma. São Paulo: MAM, 1982.
LOUREIRO, Rita. Rita Loureiro: pinturas, a borracha da Amazônia. Apresentação de Olney Kruse. São Paulo: Galeria de Arte Paulo Vasconcellos, 1989.
RENARD, Hélène. Le Rêve et les Naïfs. Max Fourny - Ed. Art et Industries - Paris, França, 1981.
RITA Loureiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1387/rita-loureiro. Acesso em: 17 abril 2018.
WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. São Paulo: Círculo do Livro, 1983.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2019 Edinaldo Gonçalves Coelho