Zona de contato em ruínas
Na imagem, a margem esquerda contém informações bibliográficas da revista, enquanto no centro superior encontra-se o logotipo. Abaixo do logotipo, há um desenho rabiscado com quatro pessoas parcialmente sobrepostas, cada uma com poses diferentes das mãos: duas com as mãos próximas ao peito, uma cobrindo os ouvidos mais ao fundo e outra puxando a cabeça para a direita.
PDF

Palavras-chave

Racismo
Colonialismo italiano
Arte e poder
Fotografia
Exposição colonial

Como Citar

SILVA, João Pedro Rangel Gomes da. Zona de contato em ruínas: silenciamentos e memórias da exposição colonial de Nápoles de 1940. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 13, p. e023014, 2024. DOI: 10.20396/proa.v13i00.17309. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/17309. Acesso em: 28 abr. 2024.

Resumo

Meu objetivo neste artigo é explorar a sobrevivência da tradição expositiva racista do ocidente de exposições coloniais e universais, que expunham o exótico selvagem em relação ao, supostamente, civilizado branco europeu. Para isso tenho como objeto central a Exposição Colonial de Nápoles, a memória produzida (ou não) sobre este acontecimento no site atual do complexo expositivo e suas repercussões contemporâneas em debates sobre o restauro de edifícios da antiga Exposição Colonial. As questões centrais são: como o passado colonial pode ser deixado de fora ao se falar sobre o atual complexo expositivo Mostra d’Oltremare? Como isso ocorre até mesmo em discussões sobre restauração do espaço? O que possibilita esse agenciamento do passado colonial? A metodologia adotada para respondê-las é uma análise documental das fontes e suas imagens na forma de uma montagem, à luz das reflexões sobre pensamento por imagens e montagem de Samain (2012), Bruno (2009) e Warburg (2010).

https://doi.org/10.20396/proa.v13i00.17309
PDF

Referências

ASMARINA - Voices and images of a postcolonial heritage. Direção: Alan Maglio e Medhin Paolos. Asmarina Project. Itália: 2015

BARTHES, Roland. A Câmara Clara - Coleção 50 Anos. Tradução Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.

BIERRENBACH, Ana. Os restauros das arquiteturas modernas da mostra d´Oltremare de Nápoles. Arquimemória 5, Salvador, 2017.

BRUNO, Fabiana. Fotobiografia: por uma metodologia da estetica em antropologia. 2009. Doutorado em Multimeios – Instituto de Artes, UNICAMP, Campinas, 2009. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/284018>. Acesso em: 27 abr 2019.

CHALCRAFT, Jasper. Beyond Addis Ababa and Affile: Italian Public Memory, Heritage and Colonialism. SSRN Scholarly Paper, no ID 3304585. Rochester, NY: Social Science Research Network, 1 Dez 2018. Disponível em: <https://papers.ssrn.com/abstract=3304585>. Acesso em: 16 ago 2020.

CLIFFORD, James. Museus como zonas de contato. Períodico Permanente, v. 6, 2016. Disponível em: http://www.forumpermanente.org/revista/numero-6-1/conteudo/museus-como-zonas-de-contato. Acesso em: 6 fev. 2024.

DIDI-HUBERMAN, Georges. A Imagem Sobrevivente - História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. 1a ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

FERLITO, Alessandra. Re-inventare l’italianità: la Triennale delle Terre italiane d’Oltremare. Italianità, v. ano 6, n. 23, 1 Nov 2016. Disponível em: <http://www.roots-routes.org/re-inventare-litalianita-la-triennale-delle-terre-italiane-doltremare-napoli-alessandra-ferlito/>. Acesso em: 27 abr 2019.

FULLER, Mia. Moderns Abroad: Architecture, Cities and Italian Imperialism. 1 edition ed. London; New York, 2007.

GOMES, Mariana Selister. Dos Museus dos Descobrimentos às Exposições do Império: o Corpo Colonial em Portugal. Revista Estudos Feministas, v. 27, 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ref/a/wdDKB8fCS6hcW3xm8YK9hDp/abstract/?lang=pt>. Acesso em: 20 dez 2023.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2020.

MCLAREN, Brian L. Architecture During Wartime: The Mostra d’Oltremare and Espo-sizione Universale di Roma. Architectural Theory Review, v. 19, n. 3, p. 299–318, 2 Set 2014.

MILLS, Charles. White Ignorance. In: SULLIVAN, Shannon; TUANA, Nancy. (Org.). Race and Epistemologies of Ignorance. New York: State University of New York Press, 2007. Disponível em: https://muse.jhu.edu/book/5200. Acesso em: 20 dez 2023.

SAMAIN, Etienne. Como pensam as imagens. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. Disponível em: <http://books.scielo.org/id/8kg4p>. Acesso em: 16 ago 2020.

STOLER, Ann Laura. Colonial Aphasia: Race and Disabled Histories in France. Public Culture, v. 23, n. 1, p. 121–156, 1 Jan 2011.

THOMAZ, Omar Ribeiro. Ecos do atlântico sul. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002.

TRIANA, Bruna. Ensaios em preto e branco: arquivo, memória e cidade nas fotografias de Ricardo Rangel. Tese (doutorado). Universidade de São Paulo, 2020. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-07052020-225703/>.Acesso em: 28 jan 2021.

VIEIRA, Marina Cavalcante. Figurações Primitivistas: Trânsitos do Exótico entre Mu-seus, Cinema e Zoológicos Humanos. Tese (doutorado). Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2019.

VON HENNEBERG, Krystyna Clara. Monuments, Public Space, and the Memory of Em-pire in Modern Italy. History & Memory, v. 16, n. 1, p. 37–85, 2004.

WARBURG, Aby. Atlas Mnemosyne. 1a ed. Madri: Akal, 2010.

WEKKER, Gloria. White Innocence: Paradoxes of Colonialism and Race. 1. ed. Durham: Duke University Press, 2016.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 João Pedro Rangel Gomes da Silva

Downloads

Não há dados estatísticos.