Os cantos-dança guarani, sua territorialidade cósmica e a etnografia como antropologia modal
Na imagem, a margem esquerda contém informações bibliográficas da revista, enquanto no centro superior encontra-se o logotipo. Abaixo do logotipo, há um desenho rabiscado com quatro pessoas parcialmente sobrepostas, cada uma com poses diferentes das mãos: duas com as mãos próximas ao peito, uma cobrindo os ouvidos mais ao fundo e outra puxando a cabeça para a direita.
PDF

Palavras-chave

Canto-dança
Guarani
Alteridade
Filme etnográfico

Como Citar

FERRAZ, Ana Lúcia. Os cantos-dança guarani, sua territorialidade cósmica e a etnografia como antropologia modal. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 13, p. e023007, 2023. DOI: 10.20396/proa.v13i00.16691. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/16691. Acesso em: 28 abr. 2024.

Resumo

Este artigo pretende configurar uma antropologia modal como etnografia dos cantos-dança dos povos guarani, a partir de uma revisão da literatura sobre o tema e da pesquisa etnográfica mediada por processos de produção audiovisual, realizada entre grupos mbya e nhandeva, na última década. Entender os modos de existência dos povos guarani e a centralidade das relações de alteridade para estes, é o que anima nosso processo de criação que vai do filme etnográfico à cartografia do grande território invisível guarani.

https://doi.org/10.20396/proa.v13i00.16691
PDF

Referências

BARBOSA, Brenda Suyanne. A música no ritual Nhemongaraí dos Guarani-Mbya. Revista Música e Cultura, v. 10, n. 1, p. 119-129, 2017.

BRABEC de MORI, Bernd. Sonic substances and silente sounds: an auditory anthropology of ritual songs. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America. v. 13, n. 2, p. 25-43, 2015.

CADOGAN, Léon. El culto al árbol y a los animales sagrados en el folklore y las tradiciones Guaraníes. América indígena, v. 10 n. 4. p. 327-33, 1950.

CHAUMEIL, Jean-Pierre. Ver, saber, poder: el chamanismo de los yagua de la Amazonia peruana. Lima: CAAAP, IFEA, 1998.

CLASTRES, Hélène. De que falam os índios. Cadernos de campo, v. 25, p. 366-379, 2016.

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Editora Francisco Alves, 1978.

CLASTRES, Pierre. Crônica dos índios guayaki. São Paulo: Editora 34, 1995.

DALLANHOL, Katia B. Jeroky e Jerojy: por uma antropologia da música entre os mbya-guarani do Morro dos Cavalos. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

FAUSTO, Carlos. Se deus fosse jaguar: canibalismo e cristianismo entre os (séculos XVI--XX). Mana, v. 11, n. 2, p. 385-418, 2005.

FELD, Steven. Sound and sentiment: birds, weeping, poetics, and song in Kaluli expression. Durham, Duke University Press, 2012.

FELD, Steven. Waterfalls of song: an acustemology of place resounding in Bosavi Papua New Guinea. In: FELD, Steven; BASSO, Keith (orgs.). Senses of place. Santa Fe: School of American Research Press, 1996.

GLOWCZEWSKI, Barbara. Cosmopolítica dos sonhos. São Paulo: n-1 edições, 2015.

GRAHAM, Laura. Performance de sonhos: discursos de imortalidade Xavante. São Paulo: Edusp, 2018.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 7-41, 1995.

FERRAZ, Ana Lucia. “Jajeroky”: corpo, dança e alteridade entre os mbya guarani. Revista de Antropologia, v. 62, n. 2, p. 350-381, 2019.

INGOLD, Tim. Key debates in Anthropology. Londres: Routledge, 2005.

LADEIRA, Maria Inês. O caminhar sob a luz: o território mbya à beira do oceano. São Paulo: Unesp, 2007.

LADEIRA, Maria Inês. Imagens, memorias e mediadores: olhares trocados de norte a sul. GIS, v. 3, n. 1, p. 15-37, 2018.

LAPOUJADE, David. Potências do tempo = Powers of time. São Paulo: n-1 edições, 2013.

LAPOUJADE, David. As existências mínimas. São Paulo: n-1 edições, 2017.

LATOUR, Bruno. Investigación sobre los modos de existencia: una antropologia de los Modernos. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Paidós, 2013.

LIMA, Tania Stolze. Um peixe olhou pra mim: os Yudjá e a perspectiva. São Paulo, EdUnesp/ISA/NuTI, 2005.

LIMA, Tania Stolze. O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi. Mana, v. 2, n. 2, p. 21-47, 1996.

LIMA, Tania Stolze. Por uma cartografia do poder e da diferença nas cosmopolíticas ameríndias. Revista de Antropologia, v. 54, n. 2, p. 601-646, 2011.

MACEDO, Valéria Mendonça de. Nexos da diferença: cultura e afecção em uma aldeia guarani da Serra do Mar. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

MACEDO, Valéria. De encontros nos corpos guarani. Ilha: Revista de Antropologia, v. 15, n. 2, p. 180-210, 2013.

MACEDO, Valéria; SZTUTMAN, Renato. A parte de que se é parte. Notas sobre individuação e divinização (a partir dos Guarani). Cadernos de Campo, v. 23, p. 287-302, 2014.

MATTOS, Amilton P. O que se ouve entre a opy e a escola? corpos e vozes da ritualidade Guarani. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

MONTARDO, Deise Lucy O. Através do mbaraka: música e xamanismo Guarani. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, 2002.

MONTARDO, Deise Lucy O. Música y resistência, ética y estética guarani. X Sesquiannual Conference of SALSA. New Orleans, 2016.

PACHECO, Luan Carlos Rodrigues. Palavras e textualidades interespecíficas no cinema guarani: notas a partir de Mokoi Tekoa, Petein Jeguata e Bicicletas de Nhanderu. Dissertação (Mestrado em Antropologia) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.

PEREIRA, Vicente Cretton. O lugar do tabaco: cachimbo e xamanismo mbya guarani. Revista de Antropologia, v. 62, n. 2, p. 323-349, 2019.

PIERRI, Daniel C. Como acabará essa terra? reflexões sobre a cataclismologia Giuarani Mbya, à luz da obra de Nimuendaju. Tellus, ano 13, n. 24, p. 158-188, 2013.

PIERRI, Daniel C. O perecível e o imperecível: lógica do sensível e corporalidade no pensamento guarani mbya. São Paulo: Elefante, 2018.

PISSOLATO, Elisabeth. A duração da pessoa: mobilidade, parentesco e xamanismo mbya (guarani). São Paulo: Unesp, ISA; Rio de Janeiro, NuTI, 2007.

PISSOLATO, Elisabeth. Fuga como estratégia: notas sobre sexualidade, parentesco e emoções entre pessoas mbya. Cadernos de Campo, v. 24, n. 24, p. 412-426, 2015.

PISSOLATO, Elisabeth. Mato, rio e resistência: notas sobre retomadas e sobre viver em terras guarani, krenak e xacriabá. Anais do 45o. Encontro Anual da ANPOCS. Caxambu, 2021.

PRATES, Maria Paula. Da instabilidade e dos afetos: pacificando relações, amansando Outros. Cosmopolítica Guarani-mbya (Lago Guaíba/RS-Brasil). Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

SANTOS, Lucas Keese. A esquiva do Xondaro: movimento e ação política entre os Guarani Mbya. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

SEEGER, Anthony. Por que cantam os Kisedje. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

SEEGER, Anthony; MORI, Bernt Brabec. Considering music, humans and non-humans. Ethnomusicology Forum, v. 22, n. 3, p. 269-286, 2013.

SEQUERA, Guillermo; DIEGUES, Douglas. Kosmofonia Mbya-Guarani. Campo Grande: Jasuka, 2021.

STEIN, Marilia R. Albornoz: sonidos e imágenes en la construción de la persona mbya-guarani en el sur de Brasil. Anthropológica, ano 33, n. 35, p. 205-233, 2015.

VILLELA, Alice. Narrativas que fazem existir: mito e filme em performance entre os Assurini do Xingu. In: DAWSEY, John Cowart; et al (orgs.) Antropologia e performance: ensaios Napedra. São Paulo: Terceiro Nome, 2013.

VILLELA, Jorge Mattar. Confiscações, lutas anti-confiscatórias e antropologia modal. In: VILLELA, Jorge Mattar; VIEIRA, Suzane de Alencar (orgs.). Insurgências, ecologias dissidentes e antropologia modal. Goiânia: Editora da Imprensa Universitária, 2020.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo B. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1986.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena. In: VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Ana Lúcia Ferraz

Downloads

Não há dados estatísticos.