Resumo
O presente trabalho visa a analisar o percurso etnográfico da obra de Jean Rouch, baseado nas concepções de cine-transe e a antropologia partilhada, partindo de uma das suas primeiras obras, La circoncision (1949) e de comentários do próprio autor. Tendo em vista a ampliação das fronteiras de investigação, tanto de uma perspectiva reflexiva que se vale do corpo como instrumento heurístico, quanto do relacionamento com a alteridade, em que se revela uma postura dialógica, a discussão aqui apresentada enfatiza a transição e a disposição destes elementos na obra do cineasta antropólogo, evidenciando os traços e contextos que os provocam, como a incorporação da participação nativa na mise en scène e o feedback do material filmado.Referências
DAMINELLO, Luiz Adriano. Entre duas margens: do filme etnográfico ao cinema-verité e o
lugar do filme La Pyramide Humaine na obra de Jean Rouch. Dissertação de Mestrado
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Multimeios do Instituto de Arte da Universidade
Estadual de Campinas, 2010.
FRANCE, Claudine de. Cinema e Antropologia. Campinas: UNICAMP, 1998.
FREIRE, Marcius. Jean Rouch e a Invenção do Outro no Documentário. Doc On-Line, dez.
, n. 03. Disponível em http://www.doc.ubi.pt/03/doc03.pdf
GENNEP, Arnold Van. Ritos de Passagem. Petrópolis: Vozes, 1978.
GONÇALVES, Marco Antonio. Encontros “Encorporados” e Conhecimento pelo Corpo: Filme
e Etnografia em Jean Rouch. Devires. Belo Horizonte: Fafich/UFMG,
V.6. N. 2, P- 28-45, Jul-Dez, 2009.
__________________. O Real Imaginado: Etnografia, cinema e surrealismo em Jean Rouch.
Rio de Janeiro: Topbooks, 2008.
HEIDER, Karl G. Uma história do filme etnográfico. Cadernos de antropologia e imagem. Rio
de Janeiro: UERJ, N.1. ps: 31-54, 1995.
HIKIJI, Rose Satiko Gitirana. Imagem-violência: etnografia de um cinema provocador. São Paulo:
Terceiro Nome, 2012.
___________________________. Rouch Compartilhado. Premonições e provocações para
uma antropologia contemporânea. Iluminuras. Porto Alegre, v. 14, n. 32, p.113-122, jan-jun.
Disponível em: http://usp.br/napedra/wp-content/uploads/2013/03/ilumiuras.pdf
HIRANO, Luís Felipe Kojima. Uma Interpretação do cinema brasileiro através de Grande Otelo:
raça, corpo e gênero em sua performance cinematográfica (1917-1993). Tese de Doutorado
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2013.
LE BRETON, David. A Sociologia do Corpo. 2ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2003.
MENEZES, Paulo. Le Maîtres Fous, de Jean Rouch: Questões Epistemológicas da relação
entre cinema documental e produção do conhecimento. Revista Brasileira de Ciências Sociais,
vol. 22, n. 63, p: 81-91, fev. 2007. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.
oa?id=10706307
PIAULT, Marc Henri. Um Cinema Espelho? Por uma Antropologia Partilhada. In: 2ª Reunião
Brasileira de Antropologia. Conferências e Práticas Antropológicas. Blumenau: Nova Letra, p:
-210, 2007.
RIBEIRO, José da Silva. Antropologia Visual – da minúcia ao olhar distanciado. Porto: Edições
Afrontamento, 2004
ROUCH, Jean. The camera and man. In: HOCKINGS, PAUL (org.) Principles of visual anthropology.
The Hague: Mouton Publishers, 1975
SILVA, Mateus Araújo (org.). Jean Rouch: retrospectiva e colóquios no Brasil. Belo Horizonte:
Balafon, 2010.
SZTUTMAN, Renato. Imagens perigosas: a possessão e a gênese do cinema de Jean Rouch.
Cadernos de Campo. São Paulo, n. 13, p. 115-124, 2005. Disponível em http://www.revistas.
usp.br/cadernosdecampo/article/viewFile/50254/54368
TURNER, Victor. O Processo Ritual: estrutura e anti-estrutura. Petrópolis: Vozes, 1974.
VANOYE, Francis & GOLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas: Papirus,

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 PROA - Revista de Antropologia e Arte