Resumo
Tradução de Clotilde Lainscek. O artigo se propõe a discutir em que medida a idéia de vocação é constitutiva das profissões artísticas, notadamente na esfera musical, e quais são as conseqüências do peso da idéia de vocação sobre a representação social dos músicos, ou seja, sobre a percepção que temos deles e que eles têm de si próprios. A idéia de vocação artística não está necessariamente associada à geração de renda - distanciando-se, assim, da visão de vocação laica, surgida no século XIX, com a ascensão do individualismo e da centralidade da produção. A vocação artística é considerada como um dom inato e incontornável - aproximando-se, nesse sentido, da idéia de vocação religiosa que vigorou até o século XVIII. Mas, acima de tudo, a representação da vocação artística vem associada ao prazer e à paixão - o que acaba obliterando as escolhas, dificuldades e investimentos que conformam a carreira artística.
Referências
ADENOT, Pauline, Les musiciens d’orchestre symphonique – De la vocation au
désenchantement, Paris, Éditions L’Harmattan, 2008.
BECKER, Howard S., Les mondes de l’art, Paris, Éditions Flammarion, 2006.
BOURDIEU, Pierre, Questions de sociologie, Paris, Éditions de Minuit, 1984.
BOURDIEU, Pierre, PASSERON, Jean-Claude, La reproduction – Éléments pour une
théorie du système d’enseignement, Paris, Éditions de Minuit, 1970.
COULANGEON, Philippe, Les musiciens interprètes en France – Portrait d’une
profession, Paris, Département des Études et de la Prospective, Ministère de la
Culture/La Documentation Française, 2004.
DONNAT, Olivier, Les amateurs – Enquête sur les activités artistiques des Français,
Paris, Département des Études et de la Prospective, Ministère de la Culture/La
Documentation Française, 1996.
ESCAL, Françoise, L’artisanat furieux, IN PENESCO, Anne (org.), Défense et illustration
de la virtuosiosité, Lyon, Presses Universitaires de Lyon, 1997.
HEINICH, Nathalie, Ce que l’art fait à la sociologie, Paris, Éditions de Minuit, 1998.
HEINICH, Nathalie, La gloire de Van Gogh – Essai d’anthropologie de l’admiration,
Paris, Éditions de Minuit, 1991.
KRIS, Ernst, KURZ, Otto, L’image de l’artiste, Paris, Éditions Rivages, 1987.
MAUSS, Marcel: Essai sur le don – Forme et raison de l’échange dans les sociétés
archaïques, IN: L’Année sociologique, Paris, 1923-1924.
MOULIN, Raymonde, L’artiste, l’institution et le marché, Paris, Éditions Flammarion,
SCHLANGER, Judith, La vocation, Paris, Éditions Seuil, 1997.
WILLENER, Alfred, La pyramide symphonique – Exécuter, créer? une sociologie des
instrumentistes d’orchestre, Zurich, Éditions Seismo, 1997.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 PROA - Revista de Antropologia e Arte