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A Aemulatio da Eneida n’os Lusíadas
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Palavras-chave

Os Lusíadas
Eneida
Aemulatio

Como Citar

MANGINI, Miguel Ângelo Andriolo. A Aemulatio da Eneida n’os Lusíadas. Phaos: Revista de Estudos Clássicos, Campinas, SP, v. 21, n. 00, p. e021007, 2021. DOI: 10.20396/phaos.v21i00.15782. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/phaos/article/view/15782. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O objetivo deste artigo é apontar evidências textuais de como a aemulatio da Eneida, de Virgílio, n’Os Lusíadas, de Camões, é construída, bem como sugerir uma indicação de qual seja a importância desse procedimento para o significado da epopeia portuguesa. Por meio da análise de algumas passagens em que há alusão à Eneida, constatou-se que Camões faz uso de determinados artifícios lexicais, morfológicos, sintáticos, estruturais, figurativos, entre outros, para produzir uma “retórica do aumento” que engrandece a aventura que narra em oposição àquela narrada por Virgílio. Chegou-se à conclusão, também, de que o efeito de sentido dessa emulação, ao menos como indicado pelas passagens analisadas, é a construção da imagem apoteótica dos lusitanos e da sua missão orientada pela Providência, superiores mesmo ao herói mítico Eneias e à própria fundação de Roma contados na Eneida. O engrandecimento dos “barões assinalados”, assim, depende da alusão competitiva à Eneida, porque dessa maneira eles resultam sem par na história.

https://doi.org/10.20396/phaos.v21i00.15782
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