Resumen
El objetivo de este artículo es señalar la evidencia textual de cómo se construye La Eneida aemulatio, de Virgilio, en Os Lusíadas, de Camões, así como sugerir una indicación de cuál es la importancia de este procedimiento para el significado de la epopeya portuguesa. A través del análisis de algunos pasajes en los que hay alusión a la Eneida, se encontró que Camões hace uso de ciertos artificios léxicos, morfológicos, sintácticos, estructurales, figurativos, entre otros, para producir una "retórica del aumento" que aumenta la aventura que narra en oposición a la narrada por Virgilio. También se concluyó que el efecto de significado de esta emulación, al menos como indican los pasajes analizados, es la construcción de la imagen apoteótica de los lusitanos y su misión guiada por la Providencia, superior incluso al héroe mítico Eneas y a la fundación misma de Roma contada en el Aeneded. La grandeza de los "barones marcados", por lo tanto, depende de la alusión competitiva a la Eneida, porque de esta manera resultan sin par en la historia.
Citas
ANDRÉ, C. A. Eneida e Os Lusíadas. In: SILVA, V. M. A. e. (Org.). Dicionário de Luís de Camões. São Paulo: Leya, 2011. p. 337-341.
CAMÕES, L. V. de. Os Lusíadas. Edição: Emanuel Paulo Ramos. Porto: Porto Editora, 1980.
CIDADE, H. Luís de Camões: o épico. 2. ed. Lisboa: Livraria Bertrand, 1953.
CONINGTON, J. Vergili Maronis Opera [comentários]. London: Oxford University Press, 1863. Vol. 2.
CONTE, G. B. Memoria dei poeti e sistema letterario. Torino: Giulio Einaudi, 1974.
DIAS, E. Os Lusíadas [comentários]. 3. ed. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e da Cultura, 1972.
DIAS, F. B. [Sem título]. In: CAMÕES, L. de. Os Lusíadas. Edição fac-similar. Coimbra: Almedina; Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, 2016. p. 7-9.
DIONÍSIO DE HALICARNASSO. Tratado da imitação. Tradução e comentários: Raul Miguel Rosado Fernandes. Lisboa: INIC, 1986.
DIONYSIVS HALICARNASSVS. Dionysii Halicarnassensis Librorum de Imitatione. Texto grego: Hermann Usener. Bonn: 1899.
GREENE, T. M. The Light in Troy: imitation and discovery in Renaissance Poetry. Yale University Press, 1982.
HANSEN, J. A. Notas sobre o gênero épico. In: TEIXEIRA, I. (Org.). Multiclássicos Épicos. São Paulo: EDUSP, 2008. p. 17-91.
IAVOL (Índice Analítico do Vocabulário de Os Lusíadas). Volume B: A-I. Organização: A. G. Cunha. Guanabara: Instituto Nacional do Livro, 1966b.
IAVOL (Índice Analítico do Vocabulário de Os Lusíadas). Volume C: J-Z. Organização: A. G. Cunha. Guanabara: Instituto Nacional do Livro, 1966a.
LONGINO. Do sublime. Tradução e comentários: Maria Isabel de Oliveira Várzeas. Coimbra; São Paulo: Imprensa da Universidade de Coimbra; Annablume, 2015.
LONGINUS. On the sublime. Texto grego e tradução: W. Rhys Roberts. 2. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1907.
OLIVA NETO, J. A. Breve anatomia de um clássico. In: VIRGÍLIO. Eneida. Tradução: Carlos Alberto Nunes. 2. ed. São Paulo: 34, 2016. p. 9-65.
PASQUALI, G. Arte Alusiva. Tradução: Alexandre Piccolo e Lucy Ana de Bem. In: PRATA, P.; VASCONCELLOS, P. S. de. (Org.). Sobre intertextualidade na literatura latina: textos fundamentais. São Paulo: Editora Unifesp, 2019. p. 11-21.
RODRIGUES, J. M. Fontes dos Lusíadas. 2. ed. Lisboa: Atlântida Editora, 1979.
RUSSELL, D. A. De imitatione. In: WEST, D.; WOODMAN, T. (Org.). Creative imitation and Latin literature. Londres: Cambridge University Press, 1979. p. 1-16.
THAMOS, M. As armas e o varão: leitura e tradução do Canto I da Eneida. São Paulo: Edusp, 2011.
VASCONCELLOS, P. S. Efeitos intertextuais na Eneida de Virgílio. São Paulo: Humanitas; FAPESP, 2001.
VIEIRA, Y. F. Mitologia, alegoria e discurso: observações sobre o “discurso alusivo” de Camões. Revista Camoniana, São Paulo, v. 3, n. 2, 1980, p. 189-206.
VIRGÍLIO. Eneida. Comentários: João Angelo Oliva Neto. Tradução: Carlos Alberto Nunes [edição bilíngue]. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2016.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Derechos de autor 2022 Phaos: Revista de Estudos Clássicos