Banner Portal
A incorporação de preceitos didáticos da arte de amar nas Heroides e nas Metamorfoses, de Ovídio
PDF

Palavras-chave

Ovídio
Autorrecepção
Ars amatoria
Bíblis
Heroides

Como Citar

AVELLAR, Júlia Batista Castilho de. A incorporação de preceitos didáticos da arte de amar nas Heroides e nas Metamorfoses, de Ovídio. Phaos: Revista de Estudos Clássicos, Campinas, SP, v. 22, n. 00, p. e022011, 2022. DOI: 10.20396/phaos.v22i00.17262. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/phaos/article/view/17262. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Considerando a autotextualidade e a mistura de gêneros em Ovídio, será investigada neste artigo a presença de preceitos da Arte de amar em obras do poeta  não pertencentes propriamente ao gênero didático: a carta de Cânace (Heroides 11) e o episódio de Bíblis (Metamorfoses 9.418-665). Com base em uma passagem específica da Ars (1.283-288), são discutidos os pontos de diálogo com as duas outras obras, de modo a evidenciar um processo de autorrecepção que perpassa a produção de Ovídio, fazendo com que obras individuais adquiram novos sentidos quando postas em relação. Desse modo, busco mostrar como as marcas autotextuais tornam-se índices para um possível caminho interpretativo e contribuem para a construção, no interior das próprias obras, de uma espécie de hermenêutica ovidiana. A poesia de Ovídio ensina sobre o amor e a elegia amorosa, mas também sobre como ler e interpretar suas próprias obras.

https://doi.org/10.20396/phaos.v22i00.17262
PDF

Referências

AHL, F. Metaformations: Soundplay and Wordplay in Ovid and Other Classical Poets. Ithaca/London: Cornell University Press, 1985.

ALBERTO, P. F. Introdução. In: OVÍDIO. Metamorfoses. Trad. P. Farmhouse Alberto. Lisboa: Cotovia, 2007, p. 11-32.

ALLEN, P. L. The art of love: Amatory fiction from Ovid to the ‘Romance of the Rose’. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1992.

ANTONINO LIBERAL. Metamorfoses. Tradução, introdução e comentário de Reina M. T. Pereira. São Paulo/ Coimbra: Annablume/ Imprensa da Universidade de Coimbra, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/10316.2/42286. Acesso em: 26 jul. 2022.

ARAÚJO, O. L. “Dos amores apaixonados”, XI sobre Bíblis: tradição, alusão e tradução. In: FREITAS, L. F. de; TORRES, M.-H. C.; COSTA, W. C. (Orgs.). Literatura traduzida: tradução comentada e comentários de tradução - volume dois. Fortaleza: Substânsia, 2017, p.73-86.

AVELLAR, J. B. C. Uma teoria ovidiana da literatura: os Tristia como epitáfio de um poeta-leitor. 2019. 611 f. Tese (Doutorado em Letras: Estudos Literários) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/1843/30644. Acesso em: 23 out. 2021.

AVELLAR, J. B. C.; TREVIZAM, M. Uma ars poetica ovidiana: metapoesia e ilusionismos na Ars amatoria. Letras Clássicas, São Paulo, v. 17, n. 2, p. 115-133, 2013. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/letrasclassicas/article/view/118442. Acesso em: 08 ago. 2022.

BARCHIESI, A. Insegnare ad Augusto: Orazio, Epistole 2,1 e Ovidio, Tristia II. Materiali e discussioni per l’analisi dei testi classici, Pisa/Roma, n. 31, p. 149-184, 1993.

CARVALHO, R. N. B. Metamorfoses em tradução. 2010. 158 f. Relatório de Pós-Doutoramento – Faculdade de Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. Disponível em: http://www.usp.br/verve/coordenadores/raimundocarvalho/rascunhos/metamorfosesovidio-raimundocarvalho.pdf. Acesso em: 14 de maio de 2015.

CONTE, G. B. Genres and readers: Lucretius, love elegy, Pliny’s Encyclopedia. Trans. Glenn W. Most with a foreword by Charles Segal. Baltimore/London: The Johns Hopkins University Press, 1994.

CROWTHER, N. B. Water and wine as symbols of inspiration. Mnemosyne, Leiden, v. 32, n. 1/2, p. 1-11, 1979.

FARRELL, J. Reading and writing the Heroides. Harvard Studies in Classical Philology. Harvard, v. 98, p. 307-338, 1998.

GIBSON, B. Ovid on Reading: Reading Ovid: Reception in Ovid Tristia II. Journal of Roman Studies, Cambridge, v. 89, p. 19-37, 1999.

HARRISON, S. Ovid and genre: evolutions of an elegist. In: HARDIE, P. (ed.). The Cambridge Companion to Ovid. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, p. 79-94.

JANAN, M. The labyrinth and the mirror: Incest and influence in Metamorphoses 9. Arethusa, Baltimore, v. 24, n. 2, p. 239-256, 1991.

JOLIVET, J.-C. Allusion et ficcion épistolaire dans les Heroïdes: recherches sur l’intertextualité ovidienne. Rome: École Française de Rome, 2001.

KENNEDY, D. F. Epistolarity: the Heroides. In: HARDIE, P. (ed.). The Cambridge Companion to Ovid. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, p. 217-232.

KENNEY, E. J. The Metamorphoses: A Poet’s Poem. KNOX, P. (ed.). A Companion to Ovid. Malden/Oxford: Wiley-Blackwell, 2009, p. 140-153.

KNOX, P. The Heroides: elegiac voices. In: BOYD, B. W. (ed.). Brill’s Companion to Ovid. Leiden/Boston/Köln: Brill, 2002, p. 117-139.

MARTINDALE, C. Redeeming the Text: Latin Poetry and the Hermeneutics of Reception. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.

MYERS, K. S. Ovid’s self-reception in his exile poetry. In: MILLER, J. F. & NEWLANDS, C. (ed.). A Handbook to the reception of Ovid. West Sussex/Malden/Oxford: Wiley-Blackwell, 2014, p. 8-21.

NAGLE, B. R. Byblis and Myrrha: Two Incest Narratives in the Metamorphoses. The Classical Journal, Natchitoches, v. 78, n. 4, p. 301-315, 1983.

OVÍDIO. Arte de amar. Edição bilíngue. Tradução, introdução e notas de Matheus Trevizam. Campinas: Mercado de Letras, 2016.

OVIDIUS. Amores. Epistulae. Medicamina faciei femineae. Ars amatoria. Remedia amoris. R. Ehwald edidit ex Rudolphi Merkelii recognitione. Leipzig: Teubner, 1907.

OVID. Metamorphoses. [Online] Ed. Hugo Magnus. Gotha (Germany): Friedr. Andr. Perthes, 1892. Disponível em: http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus%3atext%3a1999.02.0029. Acesso: 19 out. 2021.

RAVAL, S. A lover´s discourse: Byblis in Metamorphoses 9. Arethusa, Baltimore, v. 34, n. 3, p. 285-311, 2001.

SANTOS, L. S. Apropriação cultural, autotextualidade e carreira poética em Tristes e Pônticas de Ovídio. 2019. 611 f. Tese (doutorado) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2019. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/Acervo/Detalhe/1097512. Acesso em: 20 fev. 2022.

SHARROCK, A. Seduction and repetition in Ovid’s ‘Ars Amatoria’ 2. Oxford: Clarendon Press, 1994.

TARRANT, R. Ovid and ancient literary history. In: HARDIE, P. (ed.). The Cambridge Companion to Ovid. Cambridge: Cambridge University Press, 2006, p. 13-33.

THORSEN, T. S. Ovid’s early poetry: from his Single Heroides to his Remedia amoris. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.

TOOHEY, P. Epic Lessons: an introduction to the ancient didactic poetry. London/New York: Routledge, 1996.

TREVIZAM, M. A elegia erótica romana e a tradição didascálica e como matrizes compositivas da Ars Amatoria de Ovídio. 2003. 280 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas, 2003. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1601726. Acesso em: 05 jan. 2022.

UGARTEMENDÍA, C. M. A exemplaridade do abandono: epístola elegíaca e intratextualidade nas Heroides de Ovídio. 2017. 169 f. Dissertação (Mestrado em Letras Clássicas) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-08022017-113033/pt-br.php. Acesso em: 05 ago. 2022.

VASCONCELLOS, P. S. Efeitos intertextuais na “Eneida” de Virgílio. São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2001.

VOLK, K. Ovid. West Sussex: Wiley-Blackwell, 2010.

VOLK, K. The poetics of Latin didactic: Lucretius, Vergil and Manilius. Oxford: Oxford University Press, 2002.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Phaos: Revista de Estudos Clássicos

Downloads

Não há dados estatísticos.