Banner Portal
Fer, bone Liber, opem!
PDF

Palavras-chave

Tristia
Baco
Augusto
Ovídio
Exílio

Como Citar

UGARTEMENDÍA, Cecilia Marcela. Fer, bone Liber, opem! o papel de Baco nos poemas ovidianos do exílio . Phaos: Revista de Estudos Clássicos, Campinas, SP, v. 23, n. 00, p. e023009, 2023. DOI: 10.20396/phaos.v23i00.16553. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/phaos/article/view/16553. Acesso em: 27 abr. 2024.

Dados de financiamento

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar a elegia Tr. 5.3 de Ovídio, em que escreve ao colégio de poetas em ocasião das Liberalia, dirigindo-se, em ocasiões, ao deus Baco de forma direta, solicitando sua ajuda para acabar com sua relegatio na distante Tomos. Esta invocação de Baco e não do deus Augusto, retor do exílio ovidiano, tem levado os críticos a pensar que haveria aqui mais um velado ataque ao princeps. Buscaremos demonstrar, contudo, que a proximidade com Baco é mais uma tentativa de defesa de sua poesia e de afirmação de seu labor como poeta do que uma afronta direta ao princeps, além de contribuir com na construção do seu perfil como vates. Para tanto, em um primeiro momento, nos centraremos em examinar a forma e conteúdo do poema. Após isso, discutiremos diferentes posturas que leem nesta elegia uma afronta a Augusto. Por último, oferecemos nossa argumentação contra este tipo de posturas destacando que a associação de Ovídio a Baco como protetor dos poetas é congruente com a menção da Bacchica serta (Tr. 1.7.2), que coroa o poeta no começo dos Tristia.

https://doi.org/10.20396/phaos.v23i00.16553
PDF

Referências

AVELLAR, J. Deuses de papel e de poesia: o hino a Baco na elegia 5.3 dos Tristia. In: PENNA, H.; AVELLAR, J.; CARVALHO, R. Deus(es) na literatura. Relicário, 2018, p. 101-109.

AMANN, M. Komik in den Tristien Ovids. Basel: Schwabe, 2006.

ARMSTRONG, R. Retiring Apollo: Ovid on the Politics and Poetics of Self-Sufficiency. Classical Quarterly, 54, p. 528-50, 2004.

BAEZA ANGULO, E. Ovidio. Tristezas. Introducción, edición crítica y traducción, Madrid: Alma Mater, 2005.

BRETZIGHEIMER, G. Exul ludens. Zur Rolle von relegans und relegatus in Ovids. Gymnasium, Heidelberg, 39-76, 1991.

CLAASSEN, J. M. Displaced Persons: The Literature of Exile from Cicero to Boethius. London: Duckworth, 1999.

COMMAGER, S. The Odes of Horace. A critical Study. Norman; London: The University of Oklahoma Press, 1962.

DOWLING, M. Clemency and cruelty in the Roman world. Ann Harbor: The University of Michigan Press, 2006.

GAERTNER, J. F. Ovid, Epistulae ex Ponto, Book 1. Oxford Classical Monographs, Oxford: Oxford University Press, 2005.

GALASSO, L. The Ars poetica of Horace in Ovid’s exile poetry. Materiali e discussioni per l'analisi dei testi classici, n. 72, New Approaches to Horace’s Ars poetica, p. 193-205, 2014.

HARDIE, A. A dithyramb for augustus: Horace, odes 4.21. The Classical Quarterly, n. 65, 1, p. 253 – 285, 2015.

HARRISON, S. Horace’s hymn to Bacchus (Odes 2.19): poetics and politics”. In MARTINS, P.; HASEGAWA, A.; OLIVA NETO, J.A. Augustan poetry. New trends and revaluations. São Paulo: Humanitas, 2019, p. 231-252.

HASEGAWA, A. P. A poesia lírica de Horácio. Estadão-Estado da arte, São Paulo, 18/11/2018. https://estadodaarte.estadao.com.br/a-poesia-lirica-de-horacio/

INGLEHEART, J. A. Commentary on Tristia Book II. Oxford: Oxford University Press, 2010.

INGLEHEART, J. Ovid, the Error and the Theme of Sight in Tristia 2. Materiali e discussioni per l'analisi dei testi classici, n. 56, p. 63-86, 2006.

LOWRIE, M. Writing, Performance, and Authority in Augustan Rome. Oxford: Oxford University Press, 2009.

MCGOWAN, M. Ovid in Exile. Power and Poetic Redress in the Tristia and Epistulae ex Ponto. Leiden-Boston: Brill, 2009.

MILLER, J. Ovid and Augustan Apollo. Hermathena, n. 177/178, p. 165-180, 2005.

MILLER, J. Bacchus and the exiled Ovid (Tristia 5.3). In: MAC GÓRÁIN, F. Dionysus and Rome: Religion and Literature, Berlin, Boston: De Gruyter, 2020, p. 177-192.

NAGLE, B. R. Ovid's Fasti: Roman Holidays. Bloomington-Indianapolis: Indiana University Press, 1995.

NEWMANN, J. K. The concept of Vates in Augustan poetry. Bruxelles: Latomus, Revue d'études latines, 1967.

NICOLL, W. S. M. Cupid, Apollo, and Daphne (Ovid, Met. 1. 452 ff.). The Classical Quarterly, v. 30, n. 1, p. 174-182, 1980.

OWEN, S.G. Ovid, Tristia, Boook I. Oxford: Clarendon Press, 1889.

PRATA, P. Tristes II de Ovídio: um pedido a Augusto. Aisthe, v. 3 n. 4: A Poética das Emoções, p. 38-53, 2009.

SCHIESARO, A. Horace’s Bacchic Poetics. In: HOUGHTON, L.B.T.; WYKE, M. (eds) Perceptions of Horace. A Roman poet and His Readers. Cambridge: Cambridge University Press, 2009, p. 61-79.

SERIGNOLLI, L. Bacchus, Augustus and the poet in Horace Odes 3.25. In MARTINS, P.; HASEGAWA, A.; OLIVA NETO, J.A. Augustan poetry. New trends and revaluations. São Paulo: Humanitas, 2019, p. 275-308.

SUBIAS-KONOFAL, V. Poésie, politique et rhétorique rituelle: l'Hymne à Germanicus. Bulletin de l'Association Guillaume Budé, n°1, p. 107-129, 2003.

UGARTEMENDÍA, Cecilia Marcela. Ille ego Romanus vates. A autoridade poética do relegatus nos Tristia e nas Epistulae ex Ponto, de Ovídio. 2022. 246 p. Tesis (Doutorado em Letras Clássicas) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

ZANKER, P. Augustus und die Macht der Bilder. Munich: C.H. Beck, 1987.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Creative Commons

Downloads

Não há dados estatísticos.