Resumo
Esse artigo trata acerca da conduta ética em pesquisa que envolve povos indígenas. Nas últimas décadas, os territórios indígenas vêm sendo palco para a realização de muitas pesquisas, sobretudo, no âmbito antropológico. Neste artigo, questionamos como estes códigos se associam com as formas de pensar e se relacionar dos indígenas sob a conduta ética e adequada na pesquisa. Refletindo nossas experiências na região do rio Purus, estados do Acre e Amazonas, como membro do povo indígena e como pessoa não-indígena, analisamos como as relações são criadas e como impactam as relações estabelecidas na pesquisa. Nossos dados foram produzidos especificamente durante as pesquisas colaborativas sobre o passado e o presente dos povos indígenas Apurinã e Manxineru, que pertencem à família linguística Aruak. Sob à luz de seus princípios locais, de se relacionar, discutimos como os diferentes seres, incluindo humanos e não-humanos, interagem, convivem, dialogam e como eles devem ser reconhecidos como públicos da pesquisa. Este artigo mostra que os protocolos culturais locais devem refletir juntamente com os Códigos de Conduta Ética Oficiais fornecidos para as ciências humanas e sociais. Esse tornará o espaço ético, criado como um instrumento crucial, ainda mais impactante para quem deseja realizar uma pesquisa ética com os povos indígenas.
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