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Circulando imagens e tecendo redes no Território Indígena do Xingu
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Palavras-chave

Xingu
Circuitos de imagem
Audiovisual
Mídia indígena
Cinema indígena

Como Citar

SERBER, Luiza. Circulando imagens e tecendo redes no Território Indígena do Xingu. Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Campinas, SP, v. 3, n. 00, p. e020003, 2020. DOI: 10.20396/maloca.v3i00.13497. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/13497. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Guiada pela busca por apreender as dinâmicas de produção e circulação imagética no universo xinguano, transitei por diferentes regiões da bacia do Rio Xingu, presenciando variadas situações nas quais a produção audiovisual assume nas aldeias uma posição central. Nesta trajetória, Alto, Médio e Baixo Xingu emaranhavam-se numa trama costurada por variadas formas de fazer, pensar, ver e circular filmes – transpondo, assim, limites convencionalmente sustentadas pela etnologia da região. A presente reflexão se constitui como um esforço por tecer um conjunto heterogêneo de observações que resultam de uma série de incursões a alguns dos povos que hoje integram o Território Indígena do Xingu (TIX). Neste ensaio, procuro delinear os contornos de um circuito imagético que se configura entre as diferentes aldeias xinguanas e que, sugiro, gera efeitos sobre o estabelecimento de relações, bem como sobre a transposição e redefinição de fronteiras, entre os povos do TIX. Partindo de minhas observações de campo, proponho que a rede regional xinguana se encontra hoje “amarrada”, não apenas por trocas comerciais, casamentos, acusações de feitiçaria e experiências políticas conjuntas, mas, também, por uma experiência partilhada de uso do vídeo.

https://doi.org/10.20396/maloca.v3i00.13497
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