Resumo
Este texto, que por iniciativa editorial foi desenvolvido em formato de carta, trata sobre processos de saúde-adoecimento abrigados sob a denominação transtornos mentais. A ênfase recai sobre os desdobramentos desses processos em tentativas ou óbitos por suicídio, cujas estatísticas mundiais e brasileiras têm se apresentado de forma ascendente. Busca-se, ao introduzir a temática e as estatísticas correspondentes, problematizar sobre as fronteiras entre a esfera da vida pessoal e a do trabalho e, de forma decorrentes, sobre o quanto esses episódios podem ser inseridos no âmbito da sociabilidade capitalista contemporânea e ao profundo processo de degradação do trabalho.Referências
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. Ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 3º ed. São Paulo: Boitempo, 2000.
ANTUNES, Ricardo; PRAUN, Luci. A Sociedade dos Adoecimentos no Trabalho. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, v.123, Jul./Set. 2015. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n123/0101-6628-sssoc-123-0407.pdf Acesso em outubro de 2018.
ARANTES, Paulo. Sale Boulot: Uma janela sobre o mais colossal trabalho sujo da história. Tempo Social, São Paulo, v. 23, n. 1, Jun. 2011. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ts/v23n1/v23n1a03 Acesso em outubro de 2018.
BESSIN, Marc. “Política da Presença: As questões temporais e sexuadas do cuidado”. In: ABREU, Alice Rangel de Paiva; HIRATA, Helena; LOMBARDI, Maria Rosa. Gênero e Trabalho no Brasil e na França: perspectivas interseccionais. São Paulo: Boitempo, 2016.
CANCIAN, Natália. Brasil registra 11 mil casos de suicídio por ano, diz Ministério da Saúde. Folha de São Paulo, Cotidiano, 20 Set. 2018. Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/09/brasil-registra-11-mil-casos-de-suicidio-por ano-diz-ministerio-da-saude.shtml Acesso em outubro de 2018.
BRASIL. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde. Volume 48, N° 30, 2017.
CORDEIRO, Técia Maria Santos Carneiro e et al . Notificações de transtornos mentais relacionados ao trabalho entre trabalhadores na Bahia: estudo descritivo, 2007-2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília , v. 25, n. 2, Jun. 2016 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222016000200363&lng=en&nrm=iso. Acesso em outubro de 2018.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DEJOURS, Christophe. Sexualidade e Trabalho. Trabalho Vivo, Tomo I. Brasília: Paralelo 15, 2012.
GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social. Ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. Aparecida, SP: Ideias e Letras, 2007.
HIRATA, Helena. Nova Divisão Sexual do Trabalho. Um olhar voltado para a empresa e a sociedade. São Paulo: Boitempo, 2002.
LINHART, Danièle. O indivíduo no centro da modernização das empresas: um reconhecimento esperado, mas perigoso. Trabalho & Educação. Revista do NETE, Belo Horizonte, v. 7, 2000.
LAURELL, Asa Cristina. La salud-enfermidad como proceso social. Cuadernos Médico Sociales, México, Nº 19, Enero de 1982. Disponível em: http://capacitasalud.com/biblioteca/wp-content/
uploads/2016/02/Cuadernos-Medico-Sociales-19.pdf Acesso em outubro de 2018.
MARX, Karl. Sobre o suicídio. São Paulo: Boitempo, 2006.
MARX, Karl. Manuscritos Econômicos e Filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2010.
MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011.
MENEGHEL, Stela Nazareth; GUTIERREZ, Denise M. D.; SILVA, Raimunda M. da; HESLER, Lilian Zielke; CECCON,
Roger Flores. Suicídio de idosos sob uma perspectiva de gênero. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 17,
n. 8, p. 1983-1992, agosto de 2012. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
&lng=en&nrm=iso>. Acesso em outubro de 2018.
NOGUEIRA, Claudia Mazzei. O Trabalho Duplicado – A divisão sexual no trabalho e na reprodução: um estudo das trabalhadoras do telemarketing. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
OMS. Folha Informativa. Março, 2018. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5635:folha-informativa-depressao&Itemid=822 Acesso em
outubro de 2018.
PRAUN, Luci. Reestruturação Produtiva, Saúde e Degradação do Trabalho. Campinas, SP: Papel Social, 2016a.
PRAUN, Luci. A solidão dos trabalhadores: sociabilidade contemporânea e degradação do trabalho. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 19, n. 2, Dez. 2016b. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/140593/135552 Acesso em outubro de 2018.
SELIGMANN-SILVA, Edith. Trabalho e Desgaste Mental. O direito de ser dono de si mesmo. São Paulo: Cortez, 2011.
VENCO, S.; BARRETO, M. O sentido social do suicídio no trabalho. REA - Revista Espaço Acadêmico, v. 9, n. 108, p. 1-8, 2010. Disponível em http://www.assediomoral.org/IMG/pdf/Selma_Venco_e_Margarida_Barreto_-_O_sentido_social_do_suicidio_
no_trabalho_1_.pdf . Acesso em outubro de 2018.
WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Preventing suicide: a global imperative [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2014, [cited 2018 Sep 25]. 88p. Disponível em http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/131056/1/9789241564779_eng.pdf?ua=1&ua=1 Acesso em outubro de 2018
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2018 Luci Praun