Cooperação em ciência, tecnologia e inovação entre o Brasil e a China

destaques no período de 2010 a 2020 e perspectivas pós-pandemia

Autores

  • Nanahira de Rabelo e Sant Anna Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Brasil, China, Cooperação em ciência, tecnologia e inovação, Parceria estratégica global, COVID-19

Resumo

O trabalho descreve e analisa o histórico recente de relações de cooperação em ciência, tecnologia e inovação (CT&I) entre o Brasil e a China, com foco em atos assinados e projetos realizados no período de abril de 2010 a julho de 2020, de modo a verificar a evolução da dimensão de CT&I nesse relacionamento bilateral e as influências de cenários políticos e econômicos brasileiros e internacionais nas relações bilaterais de cooperação em CT&I no período indicado.

As relações entre o Brasil e a China, estabelecidas em 1974, têm se caracterizado por notável dinamismo, especialmente no campo econômico, intensificando-se nos campos científico e tecnológico a partir de 2004, com a criação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), considerada a mais alta instância permanente de diálogo e o principal mecanismo institucional de coordenação das relações bilaterais. Temas de CT&I permeiam diversas das 12 subcomissões da COSBAN, notadamente as de CT&I, de Indústria e Tecnologia da Informação (TI) e de Cooperação Espacial. Dedicam-se a temas de CT&I capítulos do Plano Decenal de Cooperação 2012-2021 e do Plano de Ação Conjunta 2010-2014, cuja vigência foi estendida para o período de 2015 a 2021. Além das mencionadas subcomissões da COSBAN, outro mecanismo bilateral referente às relações de cooperação científica, tecnológica e de inovação consiste no Diálogo de Alto Nível Brasil-China em CT&I.

Em 2019, ano de comemoração dos 45 anos do estabelecimento de relações diplomáticas, a V sessão plenária da COSBAN, o III Diálogo de Alto Nível em CT&I e o lançamento do satélite CBERS 04-A realizaram-se em meio a tensões relativas à aproximação da nova gestão federal a países como os Estados Unidos da América (EUA) e Israel, em razão de alinhamento ideológico. Com a pandemia da COVID-19, que reforçou a escalada de tensões entre os EUA e a China e prejudicou relações entre outros países em razão de questões como o combate à propagação da doença e a disponibilidade de medicamentos e equipamentos, verificaram-se atritos entre autoridades brasileiras e chinesas com potencial de influenciar negativamente nos fluxos de comércio e investimentos e na ajuda internacional chinesa contra a pandemia. Não obstante, duas entre as quatro vacinas contra o novo coronavírus com parcerias para testes no Brasil têm origem chinesa. Em julho de 2020, o governo de São Paulo anunciou parceria entre o Instituto Butantan e a biofarmacêutica chinesa Sinovac para produção e testes em estágio avançado de uma vacina. No mesmo mês, foi assinado compromisso de cooperação técnica e científica entre o governo do Paraná e empresa estatal chinesa Sinopharm para testagem e produção de vacina por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Para além de analisar a evolução do relacionamento bilateral em CT&I no período de 2010 a julho de 2020, a pesquisa fornece perspectivas para essa relação no período pós-pandemia.

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Publicado

2021-11-09

Como Citar

SANT ANNA, Nanahira de Rabelo e. Cooperação em ciência, tecnologia e inovação entre o Brasil e a China: destaques no período de 2010 a 2020 e perspectivas pós-pandemia. Seminário Pesquisar China Contemporânea, Campinas, SP, n. 4, p. 32–33, 2021. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/chinabrasil/article/view/3517. Acesso em: 28 mar. 2024.