Abstract
A partir da fundação da República Popular, o Partido Comunista (PCCh) modificou totalmente as estruturas urbanas e rurais da China, política, social e economicamente. Embora suas raízes tenham caráter marxistaleninista, o PCCh possui características próprias, um "socialismo à moda chinesa", que veio junto com uma campanha anticonfucionista, o que implicava o rompimento da ordem tradicional chinesa em nome da modernidade. Isto fez com que houvesse um avanço no que diz respeito à figura da mulher dentro do contexto urbano, como a abolição de leis antigas de casamento, a entrada no mercado de trabalho e a participação ativa em certas alas do Partido. Entretanto, embora na teoria o socialismo vise a igualdade entre homens e mulheres nas atividades sociais e de produção, o peso dos costumes milenares chineses não foi algo fácil de se dissipar.
Ao analisar a representação da mulher chinesa na literatura e em fontes imagéticas, o presente trabalho procura indagar qual o impacto dos antecedentes culturais na vida destas mulheres modernas, bem como as consequências a curto e longo prazo de uma tradição baseada em relações de poder. Nesta perspectiva, busca-se compreender como a tradição, ainda tão enraizada no seio da China moderna, teve um papel tão importante numa sociedade que, a partir de 1949, procurava romper com as tradições confucionistas em nome da modernidade.
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