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Corpo paisagem território
Capa: Marta Strambi, "Molotove-me" (detalhe), objeto/performance, 2019.
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Palavras-chave

Cinema queer feminista
Pornografia
Pornotopia
Política da imagem
As filhas do fogo

Como Citar

ALMEIDA, Gabriela Machado Ramos de. Corpo paisagem território: pornografia e pornotopia em as filhas do fogo, de Albertina Carri. Revista Visuais, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 72–90, 2021. DOI: 10.20396/visuais.v7i2.15914. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/visuais/article/view/15914. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

Esse artigo apresenta uma análise do filme As filhas do fogo, da argentina Albertina Carri (2019), reivindicado pela cineasta como pornô feminista. Vemos, no longa de ficção, um grupo de mulheres que viaja pela Patagônia argentina em uma vivência lésbica orgiástica. Com inspiração nas teorias queer, nos estudos sobre sensorialidade no cinema e sobre pornografia, além da noção de prática reparadora em Eve Sedgwick (2020), o trabalho busca identificar os modos como a obra provoca deslocamentos nas figurações do desejo feminino, produzindo uma política da imagem em diálogo com o que Paul B. Preciado (2007, 2018) chama de feminismo lúdico, que encontra no audiovisual, na literatura ou na performance seus espaços de ação e que seria capaz de operar como mecanismo de resistência às normatividades sexuais.

https://doi.org/10.20396/visuais.v7i2.15914
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Referências

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