Resumo
Apresentam-se alguns aspectos da arte pública no estado do Espírito Santo, Brasil, vista a partir dos modos de representação e presença do imaginário étnico-racial no ecossistema urbano. Trataremos a figura dos povos originários do Brasil, os povos indígenas, partindo de um inventário imagético realizado nas 78 cidades do estado. Considera-se que os monumentos urbanos estão diretamente relacionados à memória social e à identidade coletiva de uma sociedade, com essa premissa, verifica-se a pouca representatividade dos povos originários na escultura pública capixaba. Identifica-se como a figura indígena é representada, evidenciando duas tendências: um branqueamento da figura, com padrões corporais típicos da escultura clássica de base europeia; de outro lado, representações estereotipadas desses povos originários. Em contraponto, destacaremos a única obra em que a representação física da obra tenta se efetivar a partir de uma presença formal de forte recorte étnico-racial.
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