Resumo
Alberto Carneiro, Fernando Lanhas e Clara Menéres, abriram em Portugal, no Século XX, um campo de trabalho entre a arte e o território, definindo novas géneses artísticas a partir da natureza. Neste artigo, a obra de Carneiro, revela aproximações às acções artísticas que, a partir de uma nova atitude perante a natureza, informam sobre componentes intrínsecas da prática da arte e da escultura, através do território. Numa leitura do país, as obras em causa abriram caminho às gerações de artistas mais novos, em consonância com tendências internacionais contemporâneas. Pesquisando a paisagem, Carneiro associa a actividade de escultor com práticas da jardinagem e da horticultura, procura equivalências do sentir estético no vazio como forma de conhecimento e eternidade, entre a arte e o ritmo espontâneo da natureza, articulando a prática da escultura com problemas de espaço e construção e com um saber-fazer manual. Em cerca de quarenta anos, Portugal mudou radicalmente, esta obra documenta-o evocando o país rural (memória) e país actual (ausência).
Referências
CORNE, Enric. Paisagens Oblíquas. Lisboa: Fundação de Arte Moderna e Contemporânea, 2009.
COTTER, S.; FERNANDES, J.; ROSENDO, C.; CARNEIRO, A. Arte Vida/Vida Arte. Alberto Carneiro. Porto: Fundação de Serralves, 2013.
FREITAS, Maria Helena; CARNEIRO, Alberto. Alberto Carneiro. Exposição Antológica. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1991.
MELO, Alexandre. Alberto Carneiro. Os Caminhos da Água e do Corpo Sobre a Terra. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003.
PITEIRA, Susana. Escultura y Territorio: Contradicciones, dialécticas, complicidades e interacciones. Algunos apuntes en Portugal. 2018. (Dissertação de Doutoramento). Barcelona, Espanha: Facultat de Belles Arts da Universitat de Barcelona.
SARDO, Delfim. A Visão em Apneia. Lisboa: Atena, 2011.