Resumo
Procurarei seguir pelo caminho ilimitado da escrita em busca dum naufrágio imperfeito ocorrido no oceano tumultuoso da poesia e da arte, um naufrágio imprevisível enxergado a partir de terra firme, que guarda dentro de si memórias de acontecimentos que subrepticiamente nos olham e desafiam na busca incessante de verdades impensáveis e experiências singulares que habitam no seio da natureza e no coração das obras criadas pelo espírito do homem. Natureza e obra, corpo e máquina, amor e sexualidade, saber e religião, orgânico e abstracto são multiplicidades binárias singulares que colidem entre si além de quase sempre entrarem em ruptura com os territórios e as culturas com que têm de se confrontar.
Referências
BLUMENBERG, Hans. Naufrágio com Espectador. Lisboa: Vega, s/d.
BORGES, Jorge Luis. Oral e Siete Noches. trad. Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
DERRIDA, Jacques. Khôra. Paris: Galilée, 1993.
DERRIDA, Jacques. Mémoires d'aveugle. Paris: Réunion des musées nationaux, 1990.
DERRIDA, Jacques. Psyché, inventions de l'autre (tome 1). Paris: Galilée, 1987.
FLÉCHEUX, Céline. L’horizon. Des traités de perspective au land art. (Préface de Baldine Saint Girons). Presses Universitaires de Rennes, 2009.
MICHAUX, Henri. Un barbare en asie. Oeuvres complètes, pléiade, (Tome I). Paris: Gallimard, 1967.
SIMMEL, Georg. A filosofia da paisagem. tradução Artur Morão. Covilhã: Colecção Textos Clássicos de Filosofia, 2009.
ZIZEK, Slavoj. Problemas no Paraíso. trad. C. Santos. Lisboa: Bertrand Editora, 2015.