A configuração de um ícone de nacionalidade
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Palavras-chave

Baianas
Brasil
Festas
Carnaval
Representações

Como Citar

NUNES NETO, Francisco Antonio. A configuração de um ícone de nacionalidade: as tias baianas no Rio de Janeiro. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 9, n. 1, p. 44–73, 2019. DOI: 10.20396/proa.v9i1.17278. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/17278. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

O texto analisa como as Baianas se converteram em um poderoso ícone de nacionalidade brasileira. Para tanto, acionamos como principais referências as pistas encontradas em algumas pesquisas e alguns estudos, assim como as observadas em outros tipos de representações tais como os textos jornalísticos e as letras de músicas do cancioneiro popular nacionais. Neste sentido, este artigo apresenta em que contexto, em que medida e em quais sentidos as Baianas – mulheres negras egressas de Salvador e cidades do Recôncavo do estado da Bahia – desembarcam no Rio de Janeiro em meados do século XIX, então capital nacional, aí emergindo no imaginário coletivo como porta-vozes de uma ancestralidade que representa uma perspectiva de nacionalidade que anuncia, enuncia, integra e identifica socioculturalmente uma parcela significativa da população deste país. Presença marcante e inconfundível em algumas festas como o carnaval do Rio de Janeiro ou naquelas lidas como públicas e populares da Bahia como a de Santa Bárbara, a do Senhor do Bonfim e a de Yemanjá, as Baianas vetorizam e congregam tradição e modernidade em distintas temporalidades.

https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.17278
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