Resumo
O presente artigo vai tratar dos fluxos, encontros de jovens nas ruas das periferias de São Paulo para ouvir e dançar funk. Aproveitando dos possíveis sentidos semânticos das palavras fluidez e movimento que esse conceito possibilita, buscarei levantar algumas características dos fluxos e do funk em São Paulo para caracterizá-los como uma prática cultural das periferias. A partir de um relato de campo sobre a violenta repressão policial a um evento, buscarei compreender também o processo de criminalização dos bailes de rua, partindo da hipótese de que existam outros motivos além do incômodo que eles podem causar aos vizinhos.
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