A interpretação dos dogmas orientalistas por intermédio das imagens
PDF

Palavras-chave

Orientalismo
Arte
Dogmas

Como Citar

SILVA, Leonardo Luiz Silveira da; REZENDE, Jamerson Sérgio Passos. A interpretação dos dogmas orientalistas por intermédio das imagens. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 10, n. 2, p. 38–59, 2022. DOI: 10.20396/proa.v10i2.16604. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/16604. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

O Orientalismo foi construído por meio da experiência colonial e do estranhamento entre as cosmologias entre o Ocidente e o Oriente. Destaca-se como referência dos estudos orientalistas o autor Edward Saïd. Para ele, as práticas orientalistas são passíveis de serem identificadas por meio de quatro dogmas, a saber: as diferenças de desenvolvimento entre o Ocidente e o Oriente, a preferência pela descrição do Oriente clássico em detrimento do moderno, a visão utópica do Oriente visto como eterno o temor nutrido pelo Ocidente frente ao Oriente. A Arte Orientalista, exemplificada neste artigo por meio das pinturas temporalmente centradas no século vitoriano, constitui-se como importante ferramenta de interpretação dos dogmas descritos por Saïd. É objetivo deste artigo mostrar que o entendimento da manifestação dogmática do Orientalismo nas pinturas de artistas ocidentais nos capacita a projetá-lo em outras formas de linguagem, aperfeiçoando-nos a leitura crítica e qualificando as nossas relações interpessoais e análises políticas, baseadas, contemporaneamente, no exercício do estranhamento identitário.

https://doi.org/10.20396/proa.v10i2.16604
PDF

Referências

ARGAN, Guilio Carlo. Clássico e Romântico. In: ARGAN, Guilio Carlo. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 11-74.

BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Bauru: EDUSC, 2004.

CAMPO, Juan Eduardo. Orientalist representations of muslim domestic space in Egypt. Berkeley: Traditional Dwellings and Settlements Revie, Vol.3, number 1, Fall, p.29-42, 1991.

CURTIS, Michael. Orientalism and Islam. Thinkers on muslim government in the Middle East and India. New York: Cambridge University Press, 2009.

DENNY, Walter B. Quotations in and out of Context: Ottoman Turkish Art and European Orientalist Painting. Leiden: Muqarnas, Vol.10, p. 219-230, 1993.

HEFFERNAN, Michael J. The desert in French orientalist painting during the nineteenth cen-tury. London: Landscape Research, 16:2, p.37-42, 1991.

MACFIE, Alexander Lyon. Orientalism. Londres: Person Education, 2002.

PANOFSKY, Erwin. Estudos de Iconologia. Lisboa: Estampa, 1986.

SAÏD, Edward. Cultura e Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011

SAÏD, Edward. O Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente. São Paulo: Companhia das letras, 2007.

SCHIOCCHET, Leonardo. Extremo Oriente Médio, admirável mundo novo: a construção do Oriente Médio e a Primavera Árabe. Rio de Janeiro: Tempo do Mundo, Volume 3, número 2, agosto, 2011.

SILVA, Leonardo Luiz Silveira da. A evidência de práticas orientalistas como instrumento do imperialismo no pós-11 de setembro. Belo Horizonte: Revista Geografias, nº 17, p.56-74, 2013.

SILVA, Leonardo Luiz Silveira da. O embate entre Edward Said e Bernard Lewis no contexto da ressignificação do Orientalismo. Niterói: Revista Antropolítica. Número 40, 1º Semestre, p.280-306, 2016.

TAWADROS, Çeylan. Foreign bodies: Art history and the discourse of 19th-century orientalista art. Kingston: Third Text: 2:3-4, p.51-67, 1988.

TUAN, Yi-Fu. Topofilia. São Paulo: Difel, 1980.

WOODWARD, Michelle L. Between orientalist clichés and images of modernization. Filadél-fia: History of Photography. 27:4, p.363-374, 2003.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Proa: Revista de Antropologia e Arte

Downloads

Não há dados estatísticos.