Resumo
Este artigo propõe uma análise comparada de dois filmes – a obra ficcional argentina dirigida por Luis Puenzo, La história oficial (1985), e o documentário brasileiro conduzido por Eduardo Coutinho, Cabra Marcado para Morrer (1984). A aproximação entre os filmes será mediada pelo problema da relação entre corpo feminino, memória, luto e imaginação nacional. Para sustentar a argumentação em torno do objeto empírico como base de uma reflexão político-estético-social – mobiliza-se uma teoria da imagem embasada no campo da antropologia visual na qual o cinema reapresenta realidades, ficcionaliza e elabora aspectos da história e da memória como forma de conhecimento e da experiência em si. O cinema, portanto, constitui história, conhecimento, experiência estética e social, conforme reivindica Jacques Rancière, filosofia de aporte fundamental ao longo o texto.
Palavras-chave> cinema; corpo; memória; gênero; nação.
Referências
AB’SÁBER, TALES. Cabra marcado para morrer, cinema
e democracia. In: OHATA, MILTON. Eduardo Coutinho.
São Paulo: Cosac Naify, 2013.
MAYO, ABUELAS DE LA PLAZA. La historia de Abuelas:
años de búsqueda. 3. ed. Buenos Aires: Abuelas de
Plaza de Mayo, 2007.
ALTMANN, ELISKA. “Memórias de um Cabra Marcado
pelo Cinema: representações de um Brasil rural”. Campos
(2), pp. 87-105, 2004.
ANDERSON, BENEDICT. Imagined communities: reflections
on the origin and spread of nationalism. New York:
Verso, 2006.
BECEYRO, RAÚL. “Narrar el horror”. In: Cine y política:
ensayos sobre el cine argentino. Santa Fe: Universidad
Nacional del Litoral, 1997 [1985].
BECEYRO, RAÚL. “Los límites. Sobre La Lista de Schindler”.
Revista TOMA UNO (1): 19-24, 2012.
BERNARDET, JEAN-CLAUDE. Vitória na lata de lixo da
história. In: OHATA, MILTON. Eduardo Coutinho. São
Paulo: Cosac Naify, 2013.
BLÁZQUEZ, GUSTAVO. Celebraciones escolares y
poéticas patrióticas: la dimensión performativa del Estado-
Nación. Revista de Antropologia, v. 55, n. 2, pp.
–746, 2012.
COUTINHO, EDUARDO. Entrevista “Nenhum filme era
igual a ele”. Bragança, Felipe (org.). Eduardo Coutinho.
Rio de Janeiro: Beco Azougue Editorial, 2009.
COUTINHO, EDUARDO. Entrevista “O real sem aspas”.
Bragança, Felipe (org.). Eduardo Coutinho. Rio de Janeiro:
Beco Azougue Editorial, 2009.
CHOI, DOMIN. “La ironía política y una imagen de
menos: De La historia oficial a Garage Olimpo”. In: Pensamiento
de los Confines, n. 23/24, abril de 2009.
DA CUNHA, EUCLIDES. Os sertões. Rio de Janeiro; São
Paulo: Laemmert C., 1905.
DAS, VEENA. “O ato de testemunhar: violência, gênero e
subjetividade”. Cadernos Pagu (37), julho-dezembro, p.
-41, julho-dezembro de 2011.
FALICOV, TAMARA L. “Film production in Argentina under
democracy, 1983-1989: The official story (La historia
oficial) as an international film”. Southern Quarterly;
Summer, Vol. 39 Issue 4, pp. 123-134, 2001.
FORCINITO, ANA. “De la Plaza al Mercado: La Memoria,
el Olvido y los Cuerpos Femeninos en Puenzo, Solanas
y Aristarain”. Chasqui, Vol. 29, n. 2 pp. 122-134,
nov. 2000.
LINS, CONSUELO. “Cabra Marcado para Morrer: um
novo modo de se fazer documentário”. In: O Documentário
de Eduardo Coutinho. Televisão, cinema e vídeo.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
MAYO, ASSOCIACIÓN DE ABUELAS DE PLAZA DE. La
Historia de Abuelas: 30 Años De Búsqueda. 3. ed. Buenos
Aires: Abuelas de Plaza de Mayo, 2007.
MESQUITA, CLÁUDIA CARDOSO. “Entre agora e outrora:
a escrita da história no cinema de Eduardo Coutinho”.
Galaxia, n. 31, pp. 54-65, abr. 2016
MCCLINTOCK, ANNE. Couro Imperial; raça, gênero
e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora
UNICAMP, 2010.
NICHOLS, BILL. Representing Reality: Issues and Concepts
in Documentary. Bloomington and Indianapolis:
Indiana University Press, 1991.
NOVAES, SYLVIA CAIUBY. “Image and Social Sciences:
The Trajectory of a Difficult Relationship”. Visual Anthropology,
, pp. 278–298, 2010.
RAMSEY, CYNTHIA. “The Official Story: Feminist re-visioning
as spectator response”. Studies in Latin American
Popular Culture. Vol. 11, p. 157, 1992.
RANCIÈRE, JACQUES. O Desentendimento: política e filosofia.
São Paulo: Ed. 34, 1996.
RANCIÈRE, JACQUES. “Políticas de la estética”. In: El
malestar en la estética. Buenos Aires: Libros del Zorzal,
RANCIÈRE, JACQUES. “Prólogo”. In: Las distancias en el
cine. Buenos Aires: Manantial, 2012.
SAYAD, CECILIA. “Flesh for the Author: Filmic Presence
in the Documentaries of Eduardo Coutinho”. The Journal
of Cinema and Media, Volume 51, Number 1, pp. 134-
, Spring 2010.
SCHWARZ, ROBERTO. O fio da meada. In: OHATA, MILTON.
Eduardo Coutinho. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
VASCONI, TOMÁS AMADEO. “Argentina y Brasil: perspectivas
de dos procesos de transición democrática”.
Revista Mexicana de Sociología, Vol. 48, n. 3, pp. 31-43,
jul-sep., 1986.
XAVIER, ISMAIL. “Indagações em torno de Eduardo
Coutinho e seu diálogo com a tradição moderna”. Comunicação
e Informação, Vol. 7, n. 2: pp. 180-187. juldez.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2017 PROA Revista de Antropologia e Arte