Processos de microvariação nas estéticas ameríndias
PDF

Como Citar

ROSSE, Eduardo Pires. Processos de microvariação nas estéticas ameríndias. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 6, 2016. DOI: 10.20396/proa.v6i.16508. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/16508. Acesso em: 6 maio. 2024.

Resumo

Estudos recentes sobre diferentes produções estéticas indígenas das Terras Baixas da América do Sul vêm mostrando mecanismos recorrentes de composição por microvariação. Construções literárias, mas igualmente pictóricas ou musicais põem em obra, através de repertórios extensos, processos discursivos altamente redundantes mas onde a repetição stricto sensu parece ser ao mesmo tempo rejeitada. Interseção possí- vel entre diferentes linguagens sensíveis e diferentes tradições culturais, o que chamamos provisoriamente de “microvariação” seria um campo fértil à observação de uma série de qualidades associativas: citações entre objetos distantes no tempo ou no espaço e abertura da produção tangível em direção a prolongamentos virtuais, coagulação efêmera de objetos e grupos de objetos, ou a multiplicação de processos de diferencia- ção contínua, numa lógica produtiva de tipo “alteridade constitutiva” (Erikson 1996).

Palavras-chave: Estética ameríndia, microvariação em produções estéticas.

https://doi.org/10.20396/proa.v6i.16508
PDF

Referências

BARCELOS NETO, Aristóteles. 2008. Apapaatai: Rituais de

Máscaras no Alto Xingu. São Paulo: Edusp, Fapesp.

BEAUDET, Jean-Michel. 1997. Souffles d’Amazonie. Les

orchestres tule des Wayãpi. Paris: Société d’ethnologie,

Collection “Hommes et musiques” de la Société française

d’ethnomusicologie.

____________ 2013 [2011]. “O laço: sobre uma dança

wayãpi do Alto Oiapoque”. In: GUILHON, Giselle (org.),

Antropologia da Dança I. Florianópolis: Editora Insular.

pp. 155-170.

BEAUDET, Jean-Michel (com a participação de Jacky

PAWE). 2010. Nous danserons jusqu’à l’aube : essai

d’ethnologie mouvementée en Amazonie. Paris: Éditions

du CTHS.

CESARINO, Pedro de Niemeyer. 2006. “De duplos e

estereoscópios: paralelismo e personificação nos cantos

xamanísticos ameríndios”. Mana, 12: 105-134.

____________ 2008. ONISKA: a poética da morte e do

mundo entre os Marubo da Amazônia ocidental. Tese,

Museu Nacional - UFRJ.

____________ 2011. Oniska: poética do xamanismo na

Amazônia. São Paulo: Perspectiva, Fapesp.

CESARINO, Pedro de Niemeyer (org., trad., apresentação);

MARUBO, Antonio Brasil; MARUBO, Paulino Joaquim;

MARUBO, Lauro Brasil; MARUBO, Robson Dionísio Doles;

MARUBO, Armando Mariano (cantores). 2013. Quando a

Terra deixou de falar: Cantos da mitologia marubo. São

Paulo: Editora 34.

DÉLÉAGE, Pierre. 2009. Le chant de l’anaconda.

L’apprentissage du chamanisme chez les Sharanahua

(Amazonie occidentale). Nanterre: Société d’ethnologie.

____________ 2010. “Mythe et chant rituel chez les

Sharanahua”. Ateliers du LESC [Online], 34. URL: http://

ateliers.revues.org/8566 ; DOI : 10.4000/ateliers.8566

DELEUZE, Gilles. 2006. Diferença e repetição. 2. ed. rev.

e atual. Rio de Janeiro: Graal.

ERIKSON, Philippe. 1996. La Griffe des Aïeux : Marquage

du corps et démarquages ethniques chez les Matis

d’Amazonie. Paris: Peeters.

ESTIVAL, Jean-Pierre. 1991. “La musique instrumentale

dans un rituel Arara de la saison sèche (Para, Brésil)”.

Journal de la Société des Américanistes, 77: 125-156.

FRANCHETTO, Bruna. 2003. “L’autre du même :

parallélisme et grammaire dans l’art verbal des récits

Kuikuro”. Amerindia, 28 (Langues Caribes): 213-250.

GUIMARÃES, Daniel Werneck. 2002. De que se faz

um caminho – tradução e leitura de cantos kaxinawá.

Dissertação de mestrado, UFF.

GONÇALVES, Marco Atônio. 2007. “Do cromático ao

diatônico: as Mitológicas e o pensamento ameríndio”, in

Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.22, n.65: 146-

____________ 2010. Traduzir o outro: etnografia e

semelhança. Rio de Janeiro: 7 Letras.

HILL, Jonathan David & Jean-Pierre CHAUMEIL. 2011.

“Overture”. In: HILL, Jonathan David & Jean-Pierre

CHAUMEIL (orgs.), Burst of Breath: Indigenous Ritual

Wind Instruments in Lowland South America. Lincoln:

University of Nebraska Press. pp. 1-46.

LAGROU, Els. 1998. Caminhos, duplos e corpos. Uma

abordagem perspectivista da identidade e alteridade

entre os Kaxinawa. São Paulo: USP. Tese.

____________ 2002. “O que nos diz a arte Kaxinawa

sobre a relação entre identidade e alteridade?”, in Mana

– Estudos de Antropologia Social, v.8, n.1: 29-62.

____________ 2007. A fluidez da forma: arte, alteridade

e agência em uma sociedade amazônica (Kaxinawa,

Acre). Rio de Janeiro: Topbooks.

____________ 2011. “Existiria uma arte das sociedades

contra o Estado?”, in Revista de Antropologia, v.54, n.2:

-780.

____________ 2013. “Podem os grafismos ameríndios ser

considerados quimeras abstratas? Uma reflexão sobre

uma arte perspectivista”, in LAGROU, Els & Carlo SEVERI

(orgs.), Quimeras em diálogo – grafismo e figuração na

arte indígena: 67-110. Rio de Janeiro: 7 Letras.

LAGROU, Els; LIMA, Ana Gabriela Morim de; DEMARCHI,

A.; VINCENT, N.; Verswijver, Gustaaf; Belaunde, Luisa

Elvira; Goldman, Marcio (Orgs.). 2016. No caminho

da miçanga: um mundo que se faz de contas (no

prelo). Rio de Janeiro: Museu do Índio/FUNAI, v.1.

LAGROU, Els & Carlo SEVERI (Org.). 2014. Quimeras em

diálogo: grafismo e figuração nas artes indígenas. 1. ed.

Rio de Janeiro: 7Letras, 2014.

MATOS, Cláudia Neiva de. 2006. “A tradução de cantos

indígenas”. In: TUGNY, Rosângela Pereira de & Ruben

Caixeta de QUEIROZ (orgs.), Músicas africanas e

indígenas no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG. pp.

-208.

MELLO, Maria Ignez Cruz. 2005. Iamurikuma: Música,

Mito e Ritual entre os Wauja do Alto Xingu. Tese, PPGAS

– UFSC.

MENEZES BASTOS, Rafael José de. 1990. A festa da

jaguatirica: uma partitura crítico-interpetativa. São Paulo:

USP. Tese.

____________ 2007. “Música nas sociedades indígenas

das terras baixas da América do Sul: estado da arte”.

Mana, 13(2): 293-316.

____________ 2013. A festa da jaguatirica: uma partitura

crítico-interpretativa. Florianópolis: Editora UFSC.

PIEDADE, Acácio Tadeu de Camargo. 2004. O Canto do

Kawoká: Música, Cosmologia e Filosofia entre os Wauja

do Alto Xingu. Tese, PPGAS – UFSC.

____________ 2011. “Análise musical e contexto na

música indígena: a poética das flautas”. TRANS – Revista

Transcultural de Música / Transcultural Music Review

[Online], 15.

ROSSE, Eduardo Pires. 2013. Kõmãyxop : étude d’une

fête en Amazonie (Mashakali/tikmũ’ũn, MG – Brésil).

Tese, Lesc – Université de Paris-Ouest

____________ 2015. “Dinamismo de objetos musicais

ameríndios: notas a partir de cantos yãmĩy entre os

maxakali (tikmũ’ũn)”. Per Musi (UFMG), n.32.

SALIVAS, Pierre. 2001. Musiques jivaro. Une esthétique

de l’hétérogène. Université Paris 8. Tese.

SEEGER, Anthony. 1977. “Por que os índios Suyá cantam

para suas irmãs?” in Gilberto Velho (org.). Arte e

Sociedade: ensaios de sociologia da arte. Rio de Janeiro:

Zahar Editores.

____________ 2004 [1987]. Why Suyá sing: a musical

anthropology of an amazonian people. Cambridge:

Cambridge University Press. Cambridge studies in

ethnomusicology.

TUGNY, Rosângela Pereira de. 2011. Escuta e poder na

estética tikmũ’ũn. Rio de Janeiro: Museu do Índio – Funai.

____________ 2015. “Agência dos objetos sonoros”. Per

Musi (UFMG), n.31.

VIDAL, Lux. (Org.) 2007 [1992]. Grafismo Indígena:

estudos de antropologia estética. 2a ed. Barueri: Studio

Nobel.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo Batalha. 2006. “A

floresta de cristal: notas sobre a ontologia dos espíritos

amazônicos”. Cadernos de Campo (USP), v. 14/15: 319-

WERLANG, Guilherme. 2001. Emerging Peoples: Marubo

Myth-chants. Tese, University of St. Andrews.

____________ 2006. “De corpo e alma”. Revista de

antropologia (USP), v.49 n.1: 165-201.

____________ 2008. “Musicalidade marubo, musicologia

amazônica: tempo histórico e temporalidade mítica”.

Revista USP, 77: 34-65.

Yaiku, Kambrinti, Kamikia, Kokoyamãratxi & Winti. 2011.

Amtô, a festa do rato. Vídeo digital. Cor. 34 min. Vídeo

nas Aldeias, Associação Indígena Kĩsêdjê.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2016 PROA - Revista de Antropologia e Arte

Downloads

Não há dados estatísticos.