A revolução cubana atinge a terceira idade
PDF

Como Citar

LEA, Vanessa; TOLEDO, Júlia Lea de. A revolução cubana atinge a terceira idade. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 5, 2014. DOI: 10.20396/proa.v5i.16495. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/16495. Acesso em: 22 jul. 2024.

Resumo

Minha primeira tentativa de visitar Cuba foi em 1972. Na época, eu vivia na Inglaterra e, devido à recente expulsão de um diplomata cubano do Reino Unido, meu visto não foi concedido. Eu pretendia estudar literatura cubana pós-revolucionária na Universidade de Essex, na graduação, influenciada pela disciplina de Estudos Latino-Americanos que, em 1971, abordava as Revoluções em Cuba e na União Soviética.

A oportunidade de visitar Cuba surgiu novamente em 2013 e, com ela, a possibilidade de comemorar meu aniversário de 60 anos em Havana, junto com o 60o aniversário da Revolução, corporificando (embodying) pessoalmente a duração desse evento, já que nasci no dia do ataque rebelde ao Quartel Moncada – 26 de julho de 1953. Durante a estadia em Cuba, cada vez que alguém examinava meu passaporte, olhava-me com uma mistura de surpresa e curiosidade, ao se dar conta da coincidência cronológica entre a Cuba pós-revolucionária e a minha trajetória pessoal.

Este texto, em alguma medida, é uma maneira de digerir esta experiência em Cuba, tão contrastante com minhas recordações enquanto aluna de graduação. Durante três semanas, em companhia da minha filha, Julia, e do seu namorado, viajei cerca de 2.000 km pela metade ocidental do arquipélago de Cuba. Julia é parceira do joint-venture que resultou neste ensaio experimental. Mesmo de férias, a(o) antropóloga(o) dificilmente consegue abdicar de sua observação dos detalhes em cada situação na qual se encontra. Este relato homenageia a energia inesgotável e a engenhosidade do povo cubano perante tantas adversidades.

 

https://doi.org/10.20396/proa.v5i.16495
PDF

Referências

ALMEIDA, Mauro W B. Guerras Culturais e Relativismo Cultural. Revista Brasileira de

Ciências Sociais, v. 14, n. 41, pp. 5-14, 1999.

_____. Caipora e outros conflitos ontológicos. R@U Revista de Antropologia da UFSCar, v.5, n.1,

pp.7-28, 2013a.

_____. What is the ontological turn in Anthropology?. IV Reunião de Antropologia da Ciencia

e da Tecnologia (IV ReACT). 23 à 27 de setembro de 2013. Universidade Estadual de

Campinas, 2013b.

BEUVELET, Olivier. Parergon: notes sur des objets visuels - Silvia Baron Supervielle et le corps

maternel de la photographie. 2013. Disponível em : http://culturevisuelle.org/parergon/

archives/1951. (Acessado em: 14 de junho de 2013)

CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Cultura com Aspas. São Paulo: Cosac-Naify, 2009.

CARRITHERS, M., M. CANDEA, K. SYKES, M. HOLBRAAD, and S. VENKATESAN.

Ontology Is Just Another Word for Culture: Motion Tabled at the 2008 Meeting of the Group

for Debates in Anthropological Theory, University of Manchester. Critique of Anthropology,

(2), pp. 152–200, 2010. Disponível em: http://coa.sagepub.com/content/30/2/152

DESCOLA, Philippe. La Nature Domestique: Symbolisme et praxis dans l’écologie des Achuar.

Paris: Éditions de la Maison des Sciences de l’Homme, 1986.

_____. As Lanças do Crepúsculo. São Paulo: Cosac-Naify, 1993 (2006).

EVANS, Nicholas. Dying Words: Endangered Languages and What They Have To Tell Us. Oxford:

Wiley-Blackwell, 2010.

Eyewitness Travel: Cuba. 2011. London: Dorling Kindersley.

HENARE, A., HOLBRAAD, M. e WASTELL, S (orgs.) Thinking through things: Theorising

artifacts ethnographically. London: Routledge, 2007.

HOLBRAAD, Martin. The power of powder: multiplicity and motion in the

divinatory cosmology of Cuban Ifá (or mana, again). In: Henare, A., Holbraad M. e Wastell,

S (orgs.) Thinking through things: Theorising artifacts ethnographically. London: Routledge,

HOLBRAAD, M. e PEDERSEN, M. A. The Politics of Ontology. Fieldsights - Theorizing

the Contemporary, Cultural Anthropology Online, January 13, 2014. Disponível em: http://

culanth.org/fieldsights/461-the-politics-of-ontology

LEA, Vanessa. A virada ontológica: um novo fôlego para antropologia, comunicação feita

durante a XIV Semana de Ciências Sociais na Universidade Estadual Paulista (UNESP) de

Araraquara, 2013.

_____. Aguçando o entendimento dos termos triádicos Mebêngôkre via os aborígenes

australianos: dialogando com Merlan e outros. Liames, Campinas: IEL/UNICAMP, n. 4,

pp. 29-42, 2004. Disponível em : http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/liames/article/

view/2151

LÉVI-STRAUSS, C. Le totémisme aujourd’hui. Paris: PUF, 1962.

_____ O suplício de papai Noel. São Paulo: Cosac-Naify, 1982 (2008).

McCALLUM, Cecilia. Cashinahua perspectives on functional anatomy: Ontology, ontogenesis,

and biomedical education in Amazonia. American Ethnologist, vol. 41, n. 3, pp. 504-517,

PHILLIPS, Caryl. Color me English: Migration and Belonging Before and After 9/11. New York.

The New Press, 2011.

POSCOCCO, Silvia e PHILLIPS, Simon. On queer merographies. http://www.gold.ac.uk/

media/silvia%20live%20soc.pdf

SAINSBURY, Brendan e WATERSON, Luke. Cuba: Lonely Planet Guide, 2011.

STOLCKE, Verena. ‘Talking culture’. Current Anthropology, 36 (1), pp. 1-24, 1993a.

_____. Cultura Européia: uma nova retórica da exclusão? Revista Brasileira de Ciências Sociais 8

(22): 20-31, 1993b.

STRATHERN, Marilyn. After Nature: English kinship in the late twentieth century. Cambridge:

Cambridge University Press, 1992.

_____ Property, Substance and Effect. Anthropological Essays on Persons and Things. London:

Athlone Press, 1999.

TYLOR, Edward. Primitive Culture. New York: J. P. Putnam’s Sons, volume 1, 1920 [1871]

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2016 PROA - Revista de Antropologia e Arte

Downloads

Não há dados estatísticos.