Artes indígenas, patrimônio cultural e mercado
PDF

Como Citar

GOLDSTEIN, Ilana Seltzer. Artes indígenas, patrimônio cultural e mercado. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 5, 2014. DOI: 10.20396/proa.v5i.16491. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/16491. Acesso em: 22 jul. 2024.

Resumo

O sistema das artes vem se tornando cada vez mais internacional, com a formação de redes e fluxos. Entretanto, as criações populares e indígenas costumam ser ignoradas ou relegadas a segundo plano. A dicotomia arte versus artesanato é uma das estratégias de hierarquização desse sistema. O presente artigo aborda duas maneiras pelas quais as formas expressivas dos povos indígenas vêm sendo inseridas na sociedade envolvente: sua paulatina circulação no sistema das artes e seu recente reconhecimento como patrimônio cultural. A maioria dos dados é trazida da Austrália, país em que, a partir dos anos 1970, formou-se uma rede impressionante de fomento às artes indígenas, compreendendo premiações, alas especiais em museus, cooperativas de artistas e galerias comerciais nas grandes cidades. Nas páginas finais são abordados também exemplos brasileiros.
https://doi.org/10.20396/proa.v5i.16491
PDF

Referências

ALTMAN, John. Brokering aboriginal art:a critical perspective on marketing, institutions and the state.Melbourne: Deakin University/Melbourne Museum, 2005.

AGUILAR, Nelson (Org.). Mostra do redescobrimento: artes indígenas. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo/Associação Brasil 500 anos – Artes Visuais, 2000.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 1997.

CANDIDO, Antonio. A Revolução de 30 e a cultura. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n, 4, 1984.

CARUANA, Wally. Aboriginal art. London e New York: Thames and Hudson, 2003.

FRENCH, Rachel; FRENCH, Alisson; McKENZIE, Anna. The legacy of Albert Namatjira today: contemporary aboriginal watercolours from Central Australia. Alice Springs: Ngurratjuta Iltja Ntjarra (Many Hands Art Centre), 2008.

FUNARI, Pedro Paulo; PELEGRINI, Sandra. Patrimônio histórico e cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

GALLOIS, Dominique Tilkin. Donos, detentores e usuários da arte gráfica kusiwa. Revista de Antropologia, São Paulov. 55, p. 19-49, 2012.

GOLDSTEIN, Ilana Seltzer. Reflexões sobre a arte “primitiva”: o caso do MuséeBranly. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 14, n. 29, jun. 2008. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832008000100012&lng=en&nrm=iso

>. Acesso em: 1 dez. 2013.

GOLDSTEIN, Ilana Seltzer. Do “tempo dos sonhos” à galeria: arte aborígine australiana como espaçode diálogos e tensões interculturais. Tese (Doutorado) apresentada ao Departamento de Antropologia Social da Unicamp, mar. 2012 (a). Disponível em:

http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000856261

>. Acesso em: 11 nov. 2013.

GOLDSTEIN, Ilana Seltzer. Autoria, autenticidade e apropriação: reflexões a partir da pintura aborígine australiana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 27, n. 79, jun. 2012 (b). Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092012000200006&lng=pt&nrm=iso

>. Acesso em: 1 dez. 2013.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. As transformações do patrimônio: da retórica da perda à reconstrução permanente. In: TAMASO, Isabel; LIMA FILHO, Manuel Ferreira. Antropologia e patrimônio cultural: trajetórias e conceitos. Brasília: Associação Brasileira de Antropologia, 2012.

HEINICH, Nathalie. Le triple jeu de l’art contemporain. Paris: Éditions de Minuit, 1998.

HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1870: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Arte Kusiwa – Pintura corporal e arte gráfica Wajãpi. Portal do IPHAN, 2002. Disponível em:

http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do;jsessionid=6273EA1744958FDC7FE08B416909FA53?id=17746&sigla=Institucional&retorno=detalheInstitucional#1

>. Acesso em: 21 nov. 2013.

JANKE, Terri. Minding Culture: Case Studies on Intellectual Property and Traditional Cultural Expressions. OMPI, 2003. Disponível em:

http://www.google.de/#hl=pt-BR&source=hp&q=Bulun+Bulun&oq=Bulun+Bulun&aq=f&aqi=&aql=&gs_sm=e&gs_upl=809l3264l0l3576l11l11l0l5l5l0l321l1246l0.2.3.1l6l0&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.&fp=95099847ad02929&biw=1274&bih=814

>. Acesso em: 19/08/2011.

JANKE, Terri; QUIGGIN, Robynne. Indigenous cultural and intellectual property and customary law. Aboriginal Customary Laws. Background Paper 12. Darwin: Northern Territory Law Reform Committee, 2003.

LAGROU, Els. Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas. Proa – Revista de Antropologia e Arte [on-line]. Ano 2, v. 1, n. 2, nov. 2010. Disponível em:

http://www.ifch.unicamp.br/proa/DebatesII/elslagrou.html

>. Acesso em: 19 nov. 2013.

LEA, Vanessa. Riquezas intangíveis de pessoas partíveis: os Mẽbêngôkre (Kayapó) do Brasil Central. São Paulo: Edusp, 2012.

MACEDO, Valéria. Tracking Guarani songs: Between villages, cities and worlds. Vibrant – Virtual Brazilian Anthropology, Brasília, v. 8, n.1, jan.-jun. 2011. Disponível em:

http://www.vibrant.org.br/issues/v8n1/valeria-macedo-tracking-guarani-songs

>. Acesso em: 14 dez. 2013.

MORPHY, Howard. Becoming art: exploring cross cultural categories. Sydney: University of South Australia Press, 2008.

MOULIN, Raymonde. L´artiste, l’institution et le marché. Paris: Flammarion, 1992.

MYERS, Fred. Painting culture: The making of an aboriginal high art. Durham: Duke University Press, 2002.

OLIVEIRA, Ana Gita de. Salvaguarda do patrimônio cultural: bases para constituição de direitos. Conferência no Encontro Performances e “Raízes”: Práticas Indígenas Contemporâneas e Mobilizações Comunitárias, mar. 2005. Disponível em:

http://portal.iphan.gov.br/portal/baixaFcdAnexo.do?id=568

>. Acesso em: 10 nov. 2013.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco. A refundação do Museu Maguta: etnografia de um protagonismo indígena. In: MONTENEGRO, Aline; ZAMORANO, Rafael (Orgs.). Coleções e colecionadores:a polissemia das práticas. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2012.

PASCOE, Bruce. The little red yellow black book:an introduction to Indigenous Australia. Canberra: Australian Institute of Aboriginal and Torres Strait Islands Studies – AIATSIS, 2008.

SANTOS, Laymert Garcia dos. Amazônia transcultural. Xamanismo e tecnociência na ópera. São Paulo/Helsinki: N-1 Edições, 2013.

SEVCENKO, Nicolau. A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio. In: NOVAES, Fernando (Coord.). História da vida privada no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1998. v. 3.

SCHMIDT, Chrischona. Beyond suffering: the significance of productive activity for Aboriginal Australians.Tese apresentada ao Departmento de Antropologia da Universidade de Sydney, 2005.

SIMIONI, Ana Paula Cavalcanti. Bordado e transgressão: questões de gênero na arte de Rosana Paulino e Rosana Palazyan [on-line]. Proa n. 2, nov. 2010. Disponível em:

www.ifch.unicamp.br/proa/ArtigosII/PDFS/anasimioni.pdf

>. Acesso em: 21 nov. 2013.

SOUZA, Marcela Stockler Coelho de. A pintura esquecida e o desenho roubado: contrato, troca e criatividade entre os Ksêdjê. Revista de Antropologia,São Paulo, v. 55, n. 1, 2012.

VIDAL, LUX. Kuahí: the indians of the Lower Oiapoque and their museum. Vibrant, Virtual Braz. Anthr., Brasília, v. 10, n. 1, jun. 2013. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-43412013000100016&lng=en&nrm=iso&tlng=en

>. Acesso em: 12 dez. 2013.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2016 PROA - Revista de Antropologia e Arte

Downloads

Não há dados estatísticos.