Resumen
Prefaciando o seu I.a vie quotidienne à Rome à l'apogée de l'empire, o historiador francêsJérôme Carcopino afirmava, há mais de sessenta anos: Se não queremos que a "vida do romano" se perca nos anacronismos ou se imobilize na abstração, devemos começar por estudá-la no círculo concreto de um período estritamente definido. Nada muda tão rápido quanto os hábitos dos homens. O período focalizado por Carcopino — fins do primeiro século e meados do terceiro de nossa era —, a par de constituir um momento especial para o estudo da história romana — aquele em que, como se antevê no título da obra, a cidade atingira o ápice de seu desenvolvimento e prosperidade, sob Trajano, e o império sua máxima extensão, para depois esfacelar-se progressivamente em meio ao seu próprio gigantismo e suas conseqüências —, assinala o final de uma era conturbada pela agitação política, mas também marcada pela presença e atividade de alguns homens que fundariam mesmo, associados a seus predecessores, aquilo que se chamou Latinidade — que é, como afirmaria Borges, o próprio Ocidente.
Citas
ARENS, Hans. La Lingüística: sus textos y su evolución desde Ia Antigüedad hasta nuestros días. Trad. J. M. Díaz-Regañón López. Madri: Gredos, 1975.
AUROUX, Sylvain. A revolução tecnológica da gramatização. Trad. Eni P. Orlandi. Campinas: UNICAMP, 1992.
AZEREDO, J. C. S. & HOUAISS, Antonio. Gramática. In: VV.AA. Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo/Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1993. v. 10, p. 5406-5412.
BARATIN, Marc & DESBORDES, Françoise. L'analyse linguistique dans l'antiquité classique. I: Les théories. Paris: Klincksieck, 1981.
CALDER III, William M. "Vir bonus, discendi [sic] peritus". American Journal of Philology. Baltimore, v. 108(1), p. 168-171, 1987.
CARCOPINO, Jérôme. Roma no apogeu do Império. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras/Círculo do Livro, 1990. (Coleção 'A vida cotidiana')
CHIAPPETTA, Angélica. Ad animos faciendos: comoção, fé e ficção nas Partitiones oratoriae e no De officiis de Cícero. Tese de Doutoramento. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 1997. 439 p.
CICÉRON. Correspondance. 5. tir. Ed. L. Constans. Paris: "Les Belles Lettres", 1978. v. 2
COUSIN, Jean. Études sur Quintilien. Amsterdam, 1967 [1. ed. Paris, 1935]. t. I.
DESBORDES, Françoise. Concepções sobre a escrita na Roma antiga. Trad. Fulvia M. L. Moreto e Guacira M. Machado. São Paulo: Ática, 1995.
KASTER, Robert A. Islands in the stream: the grammarians of Late Antiquity. In: TAYLOR, Daniel J. [ed.]. p. 323-342.
KEMP, Alan. The Tékhne grammatiké of Dionysius Thrax: English translation with introduction and notes. In: TAYLOR, Daniel J. [ed.]. p. 343-363.
KENNEDY, George A. An estimate of Quintilian. American Journal of Philology. Baltimore, v. 83(2), p. 130-146, 1962.
LEWIS, Thomas S. W. The brothers of Ganymede. Salmagundi: A Quarterly of the Humanities and Social Sciences. Saratoga Springs (N.Y.), n. 58/59, p. 147-165, 1982/3.
LYONS, John. Introdução à Lingiiística teórica. Trad. Rosa V. M. Silva e Hélio Pimentel. São Paulo: Companhia Editora Nacional/EDUSP, 1979.
MOUNIN, Georges. História da Lingüística: das origens ao século XX. Trad. F. J. Hopffer Rêgo. Porto: Despertar, 1970.
PARATORE, Ettore. História da Literatura Latina. Manuel Losa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1987.
PEREIRA, Marcos A. A epístola a Luceio (Fam. V, 12): esboço de uma reflexão sobre a natureza da História a partir de Cícero. Anais do 1.º Encontro do CelSul (Círculo de Estudos Lingüísticos do Sul). Florianópolis, v. 2, p. 844-853, 1997a.
PEREIRA, Marcos A. De officio grammatici: os capítulos gramaticais da Institutio oratoria de Quintiliano e o papel do mestre de Gramática. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 1997b. 147 p.
PETERLINI, Ariovaldo A. A Retórica na tradição latina. In: MOSCA, L. L. S. [org.l Retóricas de ontem e de hoje. São Paulo: Humanitas-Publicações FFLCH/USP, 1997. p. 199-144.
QUINTILIAN. Institutio oratoria. Ed. H. E. Butler. Londres: Harvard University Press, 1989. 4 v. (Loeb Classical Library)
QUINTILIEN. Institution oratoire. Ed. Jean Cousin. Paris: "Les Belles Lettres", 1975. 7 v.
RAMBAUD, Michel. Cicéron et l'Histoire Romaine. Paris: "Les Belles Lettres", 1953.
RIGHI, Gaetano, Historia de Ia Filología Clásica. 2. ed. Barcelona: Labor, 1969.
ROBINS, Robert H. Pequena história da Lingüística. Luiz M. M. de Barros. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1983.
ROCHA PEREIRA, Maria Helena da. Estudos de história da cultura clássica. Vol. II: Cultura romana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984.
TAYLOR, Daniel J. [ed.] The history of Linguistics in the Classical Period. [Número especial de Historiographia Linguistica: 13(2/3)] Amsterdã / Filadélfia: John Benjamins, 1986.
VOGT, Carlos. A palavra envolvente. In: Linguagem, Pragmática e Ideologia. Campinas: Hucitec/FUNCAMP, 1980. p. 9-42.
WITTGENSTEIN, Ludwig. Tractatus logico-philosophicus. 2. ed. Trad. Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo: EDUSP, 1994.