Banner Portal
Considerações sobre as contribuições da arqueologia para o conhecimento da instrução latina
PDF

Palavras-chave

Arquelogia. História.

Como Citar

FUNARI, Pedro Paulo A. Considerações sobre as contribuições da arqueologia para o conhecimento da instrução latina. Phaos: Revista de Estudos Clássicos, Campinas, SP, n. 1, 2012. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/phaos/article/view/9589. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

A Arqueologia é uma disciplina que estuda a cultura material e a Arqueologia do mundo romano, em particular, tem contribuído para um mais aprofundado conhecimento da civilização latina. Muitas vezes, contudo, a Arqueologia é considerada relevante, apenas e tão somente, para o esclarecimento de aspectos ausentes ou pouco presentes nos autores antigos que chegaram até nós pela chamada tradição textual. Na verdade, a cultura material abrange um amplo campo de artefatos que apresentam textos. Epigrafia e Paleografia não podem ser entendidas sem a materialidade das inscrições, sem um estudo, portanto, arqueológico dos textos. Esta materialidade apresenta-se, muito claramente, nas cursivas romanas. Jean Mallon (1952) pode ser considerado, a justo título, o fundador da moderna paleografia romana, tendo sido sua obra considerada, por Tjãder, eine Revolution in der Geschichte der lateinischen Schriftsforschung (cf. Bowman & Thomas 1983: 53-55) ("uma revolução na História da pesquisa da escrita latina"). Mallon (1952: 105), contudo, preferiu criar uma nova expressão para designar a escrita quotidiana dos romanos, écriture commune classique, caracterizada, por oposição à escrita capital, como a maneira de escrever do dia-a-dia, não necessariamente "rápida", como a palavra "cursiva" deixa transparecer (cursus = "movimento rápido"). Embora suas interpretações revolucionárias tenham sido, em grande medida, incorporadas pela moderna paleografia romana, o termo "escrita comum" acabou preterido, prevalecendo a expressão tradicional "escrita cursiva" (Kursivschrift). Esta pode ser definida como uma "escrita de mão" (hand wñting), por oposição à escrita monumental, feita com instrumentos mais ou menos duros, como o estilete (graphio) ou o calamus, com ou sem tinta. Neste artigo, tratarei, de forma introdutória, da contribuição que a Arqueologia pode trazer para a compreensão da instrução latina, a partir do estudo de evidência das cursivas.

PDF

Referências

BATTISTI, C. 1949 Avviamento allo studio del latino volgare. Bari, Leonardo da Vinci editrice.

BEARD, M. 1991 Writing and religion: ancient literacy and the function of the written word in Roman religion. Question: what was the role of writing in Graeco-Roman Paganism?, in J. H. Humphreys (ed), Literacy in the Roman World, Ann Arbor, Journal of Roman Archaeology, supplementary series # 3, 35-58.

BOWMAN, A. K. 1991 Literacy in the Roman Empire: mass and mode, in J. H. Humphreys (ed.), Literacy in the Roman World, Ann Arbor, Journal of Roman Archaeology supplementary series # 3, 119-131.

BOWMAN, A. K. 1994 Life and Letters on the Roman Frontier. Londres, British Museum.

BOWMAN, A. K. & Thomas, J. D. 1983 Vindolanda: the Latin writing-tablets. Londres, Classical Association.

CORBIER, M. 1991 L’écriture en quête des lecteurs, in J. H. Humphreys, Literacy and the Roman World, Ann Arbor, Journal of Roman Archaeology, supplementary series # 3, 99-118.

CORTÉS, J. M. 1995 Notas sbore la política educativa de los flavios y antoninos, Habis, 26: 165-175.

DELLA CORTE, M. 1933 Le iscrizioni graffite della 'Basilica degli Argentari' sul Foro di Giulio Cesare, BCACR, 61, 111-130.

DELLA CORTE, M. 1959 Scuole e maestri in Pompei Antica, Studi Romani, 7, 621-634.

DESBORDES, F. 1995 Concepções sobre a Escrita na Roma Antiga Trad. de F. M. L. Moreto & G. M. Machado. São Paulo, Ática.

DUBUISSON, M. 1992 Le Grec à Rome à l'époque de Cicerón. Extension e qualité du bilinguisme, Annales ESC, 187-206.

FABRE, G., Mayer, M., & Rodà, J. 1997 Inscriptions Romaines de Catalogne, IV. Barcino. Paris, De Boccard.

FRANKLIN, J. L. 1991 Literacy and the parietal inscriptions of Pompeii, in J. H. Humphreys (ed), Literacy in the Roman World, Ann Arbor, Journal of Roman Archaeology supplementary series # 3, 77-88.

FRASCA, R. 1991a L’agonale nell'educazione della donna greca. Iaia e le altre. Roma, Patron.

FRASCA, R. 1991b Donne e uomini nell'educazione a Roma. Roma, La Nuova Italia.

FRASCA, R. 1994 Una Storia dell 'Educazione. Roma, La Nuova Italia.

FRASCA, R. L'uomo e il numinoso. L'educazione religiosa a Roma. Roma, Argo.

FRASCA, R. 1996 Educazione e formazione a Roma, Storia, testi, immagini. Bari, Dedalo.

FUNARI, P. P. A. 1991a La Cultura Popular en la Antigüedad Clásica. Écija, Editorial Sol.

FUNARI, P. P. A. 1991b Dressel 20 amphora inscriptions found at Vindolanda: reading of the unpublished evidence, in V. A. Maxfield & M. J. Dobson (eds), Roman Frontier Studies, Exeter, Exter University Press, 65-72.

FUNARI, P. P. A. 1994 Roma, Vida pública e Vida privada. São Paulo, Atual.

FUNARI, P. P. A. 1995a Aprotropaic symbolism at Pompeii: a reading of the graffiti evidence, Revista de História, 132, 9-17.

FUNARI, P. P. A. 1995b Romanas por elas mesmas, Cadernos de Pagu, 5, 179-200.

FUNARI, P. P. A. 1996 Dressel 20 amphora inscriptions from and the consumption of Spanish olive oil, with a catalogue of stamps. Oxford, Tempus Reparatum.

GRAMSCI, A. 1979 Gli intelletuali. Roma, Riuniti.

HERZOG, R. 1935 Urkunden zur Hochsculpolitik der römischen Kaiser, Sitz.-Ber. Der presuss. Akad. d. Wiss., phil.-hist. Kl., 32, 932-989.

HOPKINS, K. 1991 Conquest by book, in J.H. Humphreys (ed), Literacy in the Roman World, Ann Arbor, Journal of Roman Archaeology, supplementary series # 3, 133-158.

HORSFALL, N. 1991 Statistics or states of mind?, in J.H. Humphreys (ed.), Literacy in the Roman World, Ann Arbor, Journal of Roman Archaeology, supplementary series # 3, 59-76.

HORSFALL, N. 1996 La Cultura della Plebs Romana. Barcelona, PPU.

JORDAN, D. R. Curses from the Water os Sulis, Journal of Roman Archaeology 3, 437-441.

MACMULLEN, R. 1990 Changes in the Roman Empire. Essay in the ordinary. New Jersey, Princeton University Press.

MALLON, J. 1952 Paléographie Romaine. Madrid, Consejo Superior de Investigaciones Cientificas.

MENELLA, G. 1992 Romanizzazione ed Epigrafia in Liguria. Originalità, trasformazioni e adattamenti. Coloquio "Roma y las primeras culturas epigráficas del Occidente. Zaragoza, novembro de 1992, manuscrito inédito.

MOLYNEAUX, B. L. 1994 Introduction: the represented past. In P. Stone & B. L. Molyneaux (eds), The Presented Past, Heritage, museum and education, Londres, Routledge, 1-13.

SAITTA, D. J. 1994 Agency, class, and archaeological interpretation, Journal of Anthropological Archaeology, 13:201-227.

SHANKS, M. 1994 Archaeology: theories, themes and experience. In I. Hodder & M. MacKenzie (eds), Archaeological Theory: Progress or posture?, Avebury, Aldershot, 19-39.

TOMLIN, R. S. O. 1988 The curse tablets, in B. Cunliffe (ed.), The Temple of Sulis Miverva at Bath, volume 2, The Finds from the Sacred Spring, Oxford, Oxford Committe for Archaeology, 59-278.

TOMLIN, R. S. O. 1995 Inscription from Uley, Britannia, 26, 370-373.

VÄÄNÄNEN, V. 1937 Le latin vulgaire des inscriptions pompéiennes. Helsinki, Academia Scientiarum Fennica.

VÄÄNÄNEN, V. 1974 Introduzione al latino volgare. Bolonha, Patron.

WHITTAKER, C. R. 1989 II povero. In A. Giardina (a cura di), L’uomo romano, Roma, Laterza, 299-333.

Al someter textos a PhaoS, sus autores deben ser conscientes de que, si se aprueban para publicación, la revista tendrá sobre ellos todos los derechos de autor pertinentes. Los originales no se devolver. La revista adopta la Licencia de Creative Commons internacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.