Resumo
Em artigo recente, Karanika (2011) avaliou a representação de Orfeu nas Argonáuticas, de Apolônio de Rodes, chegando a dois aspectos principais de sua atuação que se entrelaçam pelo critério da “ordem”: 1) colonizador e 2) líder religioso. Partindo dessa tipologia, pretendo focar-me no último ponto e analisar a breve cosmogonia narrada por Orfeu (vv. 494-515), comparando-a com outros textos para tentar determinar de que modo Apolônio se insere nessa tradição e se ele faz uso de elementos necessariamente órficos para a composição da passagem em questão.
Referências
Álvarez, M. A. S. (2008). “Orfeo y Orfismo em los Poetas Helenísticos”. In: Bernabé, A. e Casadesús, F. (eds.). Orfeo y la Tradición Órfica: un Reencuentro. Madrid: Akal Universitaria, 1339-1382.
Bernabé, A. (2002). “Orfeo. De Personaje del Mito a Autor Literario”. Ítaca, vol. 18 (2002), 61-78.
Bernabé, A. (2004). Textos Órficos y Filosofia Presocrática: Materiales para una Comparación. Madrid: Editorial Trotta.
Bernabé, A. (2010). “The Gods in Ancient Orphism”. Bremmer, J. N.; Erskine, A. (eds.). The Gods of Ancient Greece. Identities and Transformations. Edinbourgh: Leventis Studies 5, 422-41.
Bernabé, A. (2012). Hieros Logos: Poesia Órfica sobre os Deuses, a Alma e o Além. Tradução de Rachel Gazolla. São Paulo: Paulus.
Diniz, F. G. M. (2014). A Religião, a Magia e o Canto de Orfeu na Argonáutica. Tese de doutorado. Araraquara: UNESP.
Fränkel, H. (1970). (ed.). Apollonii Rhodii Argonautica. Oxford: Clarendon Press, 1961, Repr.
Guthrie, W. K. C. (1993). Orpheus and Greek Religion. Princeton: Princeton Press.
Gutzwiller, K. (2007). A Guide to Hellenistic Literature. Oxford: Blackwell Publishing.
Karanika, A. “Inside Orpheus’ Songs: Orpheus as an Argonaut in Apollonius Rhodius’ Argonautica”. GRBS no. 50 (2010), 391-410.
Kirk, G. S.; Raven, J. E.; Schofield, M. Os Filósofos Pré-Socráticos — História Crítica com Selecção de Textos, 8ª ed. Tradução de Carlos Alberto Louro Fonseca. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013.
Klooster, J. (2001). Poetry as Window and Mirror: Positioning the Poet in Hellenistic Poetry. Leiden/Boston: Brill.
Lawall, G. W. (1966). “Apollonius’ Argonautika: Jason as Anti-Hero”. YCS, vol. 19, 121-69.
Molina, F. (1997). “Orfeo Musico”. CFC:egi, vol. 7, 287-308.
Rodrigues Junior, (2010). F. Aristos Argonautōn: O heroísmo nas Argonáuticas de Apolônio de Rodes. Tese de doutorado. São Paulo: FFLCH-USP.
Sánchez, M. V. (1993). “Orfeo en la leyenda argonáutica”. Estudios Clásicos, no. 104, 7-16.
West, M. L. (1983). The Orphic Poems. Oxford: Clarendon Press.