Banner Portal
Alusão e autorreferência ovidianas em tradução: amores 3.2 na ars amatoria
PDF

Palavras-chave

Ovídio. Intertextualidade. Amores. Ars Amatoria. Tradução.

Como Citar

DUQUE, Guilherme Horst. Alusão e autorreferência ovidianas em tradução: amores 3.2 na ars amatoria. Phaos: Revista de Estudos Clássicos, Campinas, SP, v. 18, n. 2, 2019. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/phaos/article/view/9836. Acesso em: 24 abr. 2024.

Resumo

A partir das reflexões de estudiosos como A. Barchiesi (2010), G. B. Conte (2010), D. Fowler (2001) e P. S. Vasconcellos (2001; 2011), que se dedicaram no campo dos Estudos Clássicos a investigações sobre intertextualidade e alusão na literatura latina, este trabalho pretende explorar alguns desdobramentos desse recurso poético, isto é, o jogo alusivo, em traduções de obras que dele lançam mão, bem como certos desafios que tal recurso impõe ao tradutor. Para esse fim, pretende-se discutir um trecho da Ars Amatoria de Ovídio em que o autor alude a uma de suas próprias elegias, Amores III, 2. Meu argumento é de que a retomada da elegia dos Amores nesta passagem da Ars Amatoria cumpre o propósito de construir a persona ovidiana de praeceptor amoris, sendo, assim, de suma importância que se leve isto em consideração na tradução do poema. Na última seção do texto, discutem-se alguns desafios que uma tradução assim elaborada encontrará, e em seguida apresento minha proposta de tradução para o trecho.
PDF

Referências

ALFARO, M. J. M. Intertextuality: origin and development of the concept. Atlantis, Vol. 18, No. 1/2, 1996, pp. 268-285.

ALLEN, G. “Introduction”; “Origins: Saussure, Bakhtin, Kristeva”. Intertextuality. London: Routledge, 2000, pp. 1-60.

BAKHTIN, M. (1969) Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. 2ª ed. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitáris, 1997.

BARCHIESI, A. Otto punti su una mappa dei naufragi, MD, 39, 1997, pp. 209-226.

BARCHIESI, A.; CONTE, G. (1989). “Imitação e arte alusiva: modos e funções da intertextualidade.” In: CAVALLO, G.; FEDELI, P.; GIARDINA, A. (orgs.). O espaço literário da Roma Antiga. Tradução Daniel P. Carrara; Fernanda M. Moura. Belo Horizonte: Tessitura, 2010, pp. 87-121.

BARROS, D. L. P. de (org). Dialogismo, Polifonia, Intertextualidade. São Paulo: Edusp, 1994.

BENJAMIN, W. (1921). A tarefa do tradutor. In: GAGNEBIN, Jeanne Marie (Org.). Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921). Trad. Susana Kampff Lages. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2011b, pp. 101-119.

BERMAN, A. (1955) A prova do estrangeiro. Trad. Maria Emília Pereira Chanut. Bauru: Edusc, 2002.

BRITTO, P. H. A tradução literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

BROWN, H. M. Emulation, Competition, and Homage: Imitation and Theories of Imitation in the Renaissance. Journal of the American Musicological Society, Vol. 35, No. 1, 1982, pp. 1-48.

CAIRNS, F. (1972). In Medias Res; The Antiquity and Development of the Genres. Generic Composition in Greek and Roman Poetry. Ann Arbor: Michigan Classical, 2001, pp. 3-69.

CAMPOS, H. de. Transcriação. TÁPIA, Marcelo; NÓBREGA, Thelma M.; (Org.). São Paulo: Perspectiva, 2013.

CARVALHO, R. Tradução de poesia latina clássica: uma tradição sempre renovada. Revista Letras, n. 89, Jan/Jun 2014. Curitiba: Editora UFPR, 2014, pp. 105-116.

CONTE, G. B. An Interpretation of the Tenth Eclogue. In: SEGAL, Charles (ed.) The Rhetoric of Imitation: Genre and Poetic Memory in Virgil and Other Latin Poets. Cornell Studies in Classical Philology Vol. 44. Ithaca: Cornell University Press, 1986, pp. 100-129.

CONTE, G. B. Memoria dei poeti e sistema letterario: Catullo, Virgilio, Ovidio, Lucano. Palermo: Sallerio Editore, 2012.

DAVIS, J. T. Dramatic and Comic Devices in Amores 3, 2. Hermes, 107 Bd., H. 1. Franz Steiner Verlag, 1979, pp. 51-69.

DUQUE, G. ‘Tu mihi sola places’: sobre um caso de alusão na Ars Amatoria de Ovídio. Letras em Revista. Mestrado Acadêmico da Universidade Federal do Piauí: Teresina, 2016.

EDMUNDS, L. Intertextuality and the reading of Roman poetry. Baltimore: The John Hopkins University Press, 2001.

FEDELI, P. (1989) As interseções dos gêneros e dos modelos. In: CAVALLO, G.; FEDELI, P.; GIARDINA, A. (orgs.). O espaço literário da Roma Antiga. Trad. Daniel P. Carrara; Fernanda M. Moura. Belo Horizonte: Tessitura, 2010, pp. 393-416.

FLORES, G. G. Elegias de Sexto Propércio. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

FOWLER, D. On the shoulders of giantes: Intertextuality and Classical Studies. Materiali e discussioni per l’analise dei testi classici. Nº 39. Fabrizio Serra Editore, 1997.

GIBSON, R. K. (Ed.) Ars Amatoria: Book 3. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

GRIMAL, P. (1951) Diccionario de mitologia Griega y Romana. Trad. Pedro Pericay. Barcelona: Ediciones Paidos, 1982.

HENDERSON, J. A Doo-Dah-Doo-Dah-Dey at the races: Ovid Amores 3.2 and the personal politics of the Circus Maximus. Classical Antiquity, Vol. 21, No. 1, 2002, pp. 41-65.

HINDS, S. Allusion and intertext: dynamics of appropriation in Roman poetry. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

HOLLIS, A. S. (Ed.). Ars Amatoria: Book 1.Oxford: Clarendon Press, 1977.

HOLZBERG, N. Ovids erotische Lehrgedichte und die römische Liebeselegie. Wiener Studien, Vol. 94, 1981, pp. 185-204.

HOMERO. Ilíada. Edição bilíngue Vol. 1 e 2. Tradução de Haroldo de Campos. São Paulo: Benvirá, 2003.

HOMERO. Odisseia. Edição bilíngue. Tradução, posfácio e notas de Trajano Vieira. São Paulo: Editora 34, 2011.

JAKOBSON, R. (1960). Aspectos lingüísticos da tradução. In: Lingüística e Comunicação. Trad. Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo, Cultrix, 1977.

JULIANI, T. J. Vestígios de Ovídio em Sobre as mulheres famosas (De Mulieribus Claris, 1361-1362) de Giovanni Boccaccio. Tese de Doutoramento. Universidade Estadual de Campinas - Instituto de Estudos da Linguagem, 2016.

KELLY, S. T. The Gallus quotation in Vergil's tenth Eclogue. Vergilius, No. 23, 1977, pp. 17-20.

KRISTEVA, J. (1969). Word, Dialogue, and Novel. In: Desire in Language: a Semiotic Approach to Literature and Art. Transl. Thomas Gora; Alice Jardine; Leon S. Roudiez. New York: Columbia University Press, 1980, pp. 64-91

MATEDI, J. P. Elegias de Tibulo: tradução e comentário. Tese de Doutoramento. Universidade Federal do Espírito Santo, 2014.

MESCHONNIC, H. Poética do traduzir. Trad. Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Perspectiva, 2010.

NETTO, A. B. Antropofagia oswaldiana: um receituário estético e científico. São Paulo: Anablume, 2004.

NOUSS, A. Un bilan de 40 ans de traductologie: entrevue avec Alexis Nouss. Raceuillis par Salah Basalamah. Global Media Journal – édition canadienne. Vol. 5, n. 1, 2012, pp. 29-37.

OLIVA NETO, J. A. O hexâmetro datílico de Carlos Alberto Nunes: teoria e repercussões. Revista Letras, n. 89, Jan/Jun 2014. Curitiba: Editora UFPR, 2014, pp. 187-204.

OVÍDIO. Fastos. GOUVÊA JÚNIOR, Márcio Meirelles (trad.) Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

PASQUALLI, G. Arte allusiva. In: Pagine stravaganti. Firenze: Sansoni, 1968, v. II.

PIGMAN, G. W. Versions of Imitation in the Renaissance. Renaissance Quaterly, Vol. 33, No. 1, pp. 1-32.

ROSS, D. O. Backgrounds to Augustan poetry: Gallus, elegy, and Rome. New York: Cambridge University Press, 1975.

ROUDIEZ, L. Introduction. In: KRISTEVA, Julia. Desire in Language: a Semiotic Approach to Literature and Art. Transl. Thomas Gora; Alice Jardine; Leon S. Roudiez. New York: Columbia University Press, 1980, pp. 1-22.

SHARROCK, A. Ovid and the discourses of love: the amatory works. In: HARDIE, Philip (ed.). The Cambridge Companion to Ovid. Cambridge: Harvard University Press, 2002, pp. 150-162.

TÁPIA, . Questões de equivalência métrica em tradução de poesia antiga. Revista Letras. Nº 89, Jan/Jun 2014. Curitiba: Editora UFPR, 2014, pp. 205-221.

THAMOS, M. Do hexâmetro ao decassílabo – equivalência estilística baseada na materialidade da expressão. Scientia Traductionis, n. 10, 2011, p. 201-213.

TREVIZAM, M. A elegia erótica romana e a tradição didascálica como matrizes compositivas da Ars Amatoria de Ovídio. Dissertação de Mestrado em Linguística, Campinas: Unicamp, 2003.

VASCONCELLOS, P. S. de. Reflexões sobre a noção de arte alusiva e intertextualidade na poesia latina. Clássica, v. 20, São Paulo: Universidade de São Paulo, 2011, pp. 239-260.

VIRGÍLIO. Bucólicas. Trad. Raimundo Carvalho. Belo Horizonte: Crisálida, 2005.

WILKINSON, L. P. Ovid Recalled. Cambridge: Cambridge University Press, 1955.

YARDLEY, J. C. Gallus in "Eclogue" 10: quotation or adaptation?. Vergilius, No. 26, 1980, pp. 48-51.

YUSTE FRÍAS, J. Au seuil de la traduction: la paratraduction. In: NAAIJKENS, T. (Ed.) Event or Incident. On the Role of Translation in the Dynamics of Cultural Exchange. Bern; Berlin; Bruxelles; Frankfurt; New York; Oxford; Wien: Peter Lang, vol. 3, 2010, pp. 287-316.

Al someter textos a PhaoS, sus autores deben ser conscientes de que, si se aprueban para publicación, la revista tendrá sobre ellos todos los derechos de autor pertinentes. Los originales no se devolver. La revista adopta la Licencia de Creative Commons internacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.