Resumo
A crise tem sido uma constante nas mais diversas disciplinas da área de Humanidades desde meados do século XX até o presente, sobretudo a partir de uma alardeada crise da leitura e dos valores tradicionais pretensamente atrelados a ela, tal como indica o tom apocalíptico de uma série de títulos lançados nas últimas décadas: O declínio da cultura ocidental (BLOOM, 1989); Quem matou Homero? (HANSON; HEATH, 1998); A morte de uma disciplina (SPIVAK, 2003); A literatura em perigo (TODOROV, 2010). Apesar dos posicionamentos políticos radicalmente diversos de cada um desses autores, eles parecem compartilhar de um mesmo mal-estar perante a desvalorização social de certas práticas tradicionalmente benquistas – como a leitura, a interpretação de textos, a escrita – e avançam uma série de proposições práticas a fim de tentar contornar essa situação crítica.Referências
ADLER, Eric. Classics, the Culture Wars, and Beyond. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2016.
BERNAL, Martin. Black Athena: The Afroasiatic Roots of Classical Civilization. Vol. 1, The Fabrication of Ancient Greece, 1785-1985. New Brunswick: Rutgers University Press, 1987.
BLOOM, Allan. O declínio da cultura ocidental. Trad. João Alves dos Santos. São Paulo: Best Seller, 1989.
HANSON, Victor Davis; HEATH, John. Who Killed Homer?: The Demise of Classical Education and the Recovery of Greek Wisdom. New York; London; Toronto; Sydney; Singapore: The Free Press, 1998.
KIMBALL, Roger. Tenured Radicals: How Politics Has Corrupted Our Higher Education. New York: Harper and Row, 1990.
SPIVAK, Gayatri. Death of a discipline. New York: Columbia University Press, 2003.
TODOROV, Tzvetan. A literatura em perigo. Trad. Caio Meira. 3. ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2010.