Banner Portal
Superfluidade de gênero
PDF

Palavras-chave

gênero
Amazônia
binarismo
divisão sexual do trabalho
escrita etnográfica

Como Citar

MAIZZA, Fabiana; PEREIRA, Bru. Superfluidade de gênero: binarismo e escrita etnográfica na Amazônia . Maloca: Revista de Estudos Indígenas, Campinas, SP, v. 5, n. 00, 2022. DOI: 10.20396/maloca.v5i00.15943. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/maloca/article/view/15943. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Esse artigo propõe uma revisão analítica sobre a forma como o gênero foi descrito na etnologia indígena se apoiando fortemente nos conceitos de divisão sexual do trabalho, da complementariedade dos sexos, da heterossexualidade e do casamento. Nossa intenção é evidenciar aquilo que vemos como os pressupostos analíticos nessas descrições: o feminismo social-marxista e a teoria da aliança. Em seguida, mobilizamos o conceito de suplementação para apontar outras possibilidades de se pensar gênero na Amazônia indígena.

 

https://doi.org/10.20396/maloca.v5i00.15943
PDF

Referências

Abu-Lughod, L. 1993 Writing women’s worlds: bedouin stories. Los Angeles: University of California Press.

Almeida, M. 2010. Lewis Morgan: 140 anos dos Sistemas de Consanguinidade e Afinidade da Família Humana (1871-2011). Cadernos de Campo 19 (19).

Anzaldua, G. 1987. Borderlands/ La frontera: The new Mestiza. Aunt Lute Books.

Belaunde, L. E. 1992. Gender, commensality and community among the Airo-Pai of West Amazonia. Londres. Tese de Doutorado, Departamento de Antropologia, London School of Economics.

Berg, H. 2014. An Honest Day’s Wage for a Dishonest Day’s Work: (Re)Productivism and Refusal. Women’s Studies Quartely, 42 (1-2): 161-177.

Bhattacharya, T. (ed.). 2017. Social Reproduction Theory: remapping class, recentering oppression. Londres: Pluto Press.

Butler, J. 1990. Gender Trouble: feminism and subervision of identity. New York: Routledge.

Butler, J. 2003. O parentesco é sempre tido como heterossexual?. Cadernos Pagu 21: 219-260.

Carby, H. V. 1997. White women listen! Black feminism and the boundaries of sisterhood, in: Black British Feminism, a reader. Editado por H.S. Mirza, pp.45-53, Nova York, Londres: Routledge.

Carsten, J. 2004. After Kinship. Cambridge/ Nova York: Cambridge University Press.

Coelho de Souza, M. S. 2004. Parentes de sangue: incesto, substância e relação no pensamento Timbira”. Mana. Estudos de Antropologia Social, 10(1): 25-60.

Collier, J. & Yanagisako, S. Editors. 1987. Gender and kinship: essays towards a unified analysis. California: Stanford University Press.

Colpron, A-M. 2005. Monopólio Masculino do Xamanismo Amazônico: o contra-exemplo das mulheres xamã Shipibo-Conibo. Mana, Estudos de Antropologia Social 11 (1): 95-128.

Clastres, P. 1974. La Société contre l’État. Paris: Édition de Minuit.

Derrida, J. 2013 [1967]. Gramatologia. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva.

Descola, P. 2001. The genres of gender: local models and global paradigms in the comparison of Amazonia and Melanesia, in: Gender in Amazonia and Melanesia: an exploration of the comparative method. Editado por T. Gregor e D. Tuzin, pp. 91-114. California: The University of California Press.

De Lauretis, T. 1994. A tecnologia do gênero, in: Tendências e impasses. O feminismo como crítica da cultura. Editado por H. Buarque de Hollanda. pp. 206-241, Rio de Janeiro: Gênero Plural.

Fausto-Sterling, A. 1993. The five sexes. The Sciences, [S.l.]: 20-25.

Fausto-Sterling, A. 2001. Dualismo em duelo. Cadernos Pagu 17/18: 9-79.

Federici, S. 2019. Por que sexualidade é trabalho?, in: O ponto zero da revolução. São Paulo: Editora Elefante.

Federici, S. 2021. O patriarcado do salário, vol. 1. São Paulo: Boitempo.

Gabriel, K. s/d. Gender as accumulation strategy. Invert Journal, 1. Disponível em: https://invertjournal.org.uk/posts?view=articles&post=7106265#gender-as-accumulation-strategy Acesso em 13/10/21.

Gill-Peterson, J. 2018. Histories of the Transgender Child. Minneapolis: University of Minnesota Press.

Gleeson, J.J.; O’Rourke, E. (eds.). 2021. Transgender Marxism. Londres: Pluto Press.

Gow, P. 1989. The Perverse Child: desire in a Native Amazonian Subsistence Economy. Man 24(4): 567-582.

Haraway, D. 2016. Staying with the trouble: making kin in the Chthulucene. Durham: Duke University Press.

Heaney, E. 2021. Is a cervix cis?: my year in the stirrups. Asterix. Disponível em: https://asterixjournal.com/is-a-cervix-cis/ Acesso em 13/10/21.

Hugh-Jones, C. 1979. From the Milk River: spatial and temporal processes in Northwest Amazonia. Cambridge: Cambridge University Press.

Kopenawa, D. & Albert, B. 2015. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das letras.

Lea, V. 1986. Nomee nekrets Kayapo; uma concepção de riqueza. Tese de Doutorado, UFRJ, Museu Nacional.

Lewis, S. 2019. Full surrogacy now: feminism against the family. Londres: Verso Books.

Lima, T. S. 1996. O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi. Mana, Estudos de Antropologia Social 2(2): 21-47.

Lima, T.S. 2013. Uma história do dois, do uno e do terceiro, in: Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Editado por R. Caixeta de Queiroz e R. Freire Nobre, pp. 229-287. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Lugones, M. 2014. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas 22 (3): 935-952.

MacCormack, C. 1980. Nature, culture and gender: a critique, in: Nature, Culture and Gender. Editado por M. Strathern e C. MacCormack, pp.1-24, Cambridge: Cambridge University Press.

Mahmood, S. 2005. Politics of piety. The islamic revival and the feminist subject. New Jersey: Princeton University Press.

McCallum, C. 2001. Gender and sociality in Amazonia. How real people are made. Oxford: Berg.

Moore, H. 1994. A Passion for difference: essays on anthropology and gender. Bloomington: Indiana University Press.

Murphy, Y. & Murphy, R. 1974. Women of the Forest. Nova York/Londres: Columbia University Press.

Oyèwùmí, O. 1997. The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourses. Minneapolis: University of Minnesota Press.

Oyèwùmí, O. 2002. Conceptualizing Gender: the Eurocentric foundations of feminist concepts and the challenge of African Epistemologies. JENdA: A journal of culture and African women studies 2 (1).

Overing, J. 1977. Social time and social space in Lowland South American societies. Actes du XLII Congrès International des Américanistes. Paris.

Overing, J. 1986. Men control women? The ‘catch 22’ in the analysis of gender. International Journal of Moral and Social Studies 1 (2): 135-156.

Panet, R-F. 2010. ‘I-mã a kupên prãm!’ Prazer e sexualidade entre os Canela. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Universidade Federal do Maranhão.

XXX. 2019.

Ramberg, L. 2014. Given to the Goddess: South Indian devadasis and the sexuality of religion, Durham: Duke University Press.

Rival, L. 1998. Androgynous Parents and Guest Children: The Huaorani Couvade. The Journal of the Royal Anthropological Institute, 4 (4): 619–642.

Rodrigues, P. 1995. Alguns aspectos da construção do gênero entre os Javaé da ilha do Bananal. Cadernos Pagu 5: 131-146.

Rubin, G. 2017 [1975]. O tráfico de mulheres, in: Políticas do Sexo, pp.9-61, São Paulo: Ubu.

Sahlins, M. 2011. What kinship is (part one). JRAI (NS), 17: 2-19; What kinship is (part two), JRAI (NS), 17: 227-42.

Schneider, D. 1980 [1968]. American Kinship: a cultural account. Chicago: The University of Chicago Press.

Seeger, A. et al. 1979. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim do Museu Nacional, Série Antropologia, 32: 2-19.

Silva, M. 2001. Relações de gênero entre os Enawene-Nawe. Tellus 1(1): 41-66.

Siskind, J. 1973. To hunt in the morning. Nova York: Oxford University Press.

Stengers, I. 2018 [2007]. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros 69: 442-464.

Strathern, M. 1988. The gender of the gift: problems with women, problems with society in Melanesia, California: University of California Press.

Strathern, M. 2002. Parts and wholes: refiguring relationships in a postplural world, in: Conceptualising Society. Editado por A. Kuper, pp.75-106. Londres: Routledge.

Strathern, M. 2009. A Antropologia e o advento da Fertilização in Vitro no Reino Unido: uma história curta. Cadernos Pagu 33: 9-55.

Strathern, M. 2014. "O efeito etnográfico". In: STRATHERN, Marilyn. O efeito etnográfico e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify.

Taylor, A-C. 1984. L’américanisme tropical: une frontière fossile de l’ethnologie, in: Histoires de l’anthropologie: XVI-XIX siècles, Editado por Rupp-Eisenreich, B., Paris: Klinksieck, pp. 213-233.

Taylor, A-C & Viveiros de Castro, E. 2006. “Un corps fait de regards”, in Qu’est-ce qu’un corps?, Editado por S. Breton et al., pp.149-215, Paris, Musée du quai Branly/Flammarion.

Vilaça, A. 2005. Chronically unstable bodies. Reflexions on Amazonian corporalities”. The Journal of the Royal Anthropological Institute 11 (3): 445-464.

Viveiros de Castro, E. 1986. Araweté: os Deuses canibais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Viveiros de Castro, E. 2002. Atualização e contraefetuação do virtual: o processo do parentesco. In A inconstância da alma selvagem – e outros ensaios de antropologia, pp. 401-455, São Paulo: Cosac & Naif.

Viveiros de Castro, E. 2009. The gift and the given: three nano-essays on kinship and magic, kinship and beyond, in: Kinship and beyond: the genealogical model reconsidered, Editado por S. Bamford & J. Leach, pp.237-268, Nova York/ Oxford: Berham Books.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Fabiana Maizza, Bru Pereira

Downloads

Não há dados estatísticos.