Resumo
O estudo das categorias animadas e inanimadas revela elementos animistas na filosofia caxinauá, cujo conceito de mundo é baseado na noção geral de “indiferenciação” dos seres. Sua linguagem mostra morfossintaticamente como eles concebem e organizam os seres (humanos e não humanos). Em caxinauá, os agentes linguísticos mostram que elementos animados e alguns inanimados (como rochas/ pedras, flechas) podem pertencer à classe dos seres vivos e, como tal, são considerados humanóides, capazes de interagir como humanos. A categoria lexical e seu papel etnossintático refletem, em caxinauá, sua categoria semântica e seu tratamento sintático.
Referências
CALAVIA SAEZ, O. 2000. “O Inca Pano: Mito, história e modelos etnológicos”. Mana 6 (2): 7-35.
https://www.scielo.br/j/mana/a/gz7SX8BVRy8BKkHtLQCGY9L/abstract/?lang=en
CAMARGO, E. 2003. “Classes lexicales : frontières peu tranchées en caxinaua”. Faits de Langues,
(J. Landaburu ed.) : Méso-Amérique, Caraïbes, Amazonie (2): 25-39.
CAMARGO, E. 2010. “Le cachinawa”. In : Dictionnaire des langues du monde (Peyraube A. &
Bonvini E. eds.). Presses Universitaires de France, 1577-1586.
CAMARGO, E. « 013. «Agentivité grammaticale et agentivité intrinsèque. Aspects de l’ethnosyntaxe
cachiawa (pano)». In: L’agentivité, Interactions, grammaire et narrativité, vol II, (V. Vapnarsky, A. Becquelin & M. de Fornel, éds.). Ateliers d’anthropologie 39. https://journals.openedition.org/ateliers/9251
CAMARGO, E. & TORIBIO, A. 2019. “Interacciones verbales entre los cashinahuas”. Bulletin de
l’IFEA, 48 (2): 1-22. https://journals.openedition.org/bifea/10588
CAMARGO, E., WAYANA, A. & TORIBIO, A. 2018. “Documentação de línguas e culturas indígenas”. Moara 50: 52-86. https://periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/6805
CAPISTRANO de ABREU, J. 1941 [1914]. Rã-txa hu-ni ku-in Grammática, textos e vocabulário
Caxinauás. Rio de Janeiro: Edição da Sociedade Capistrano de Abreu. Reeditado em 2017, Camargo (org.). Campinas: Editora da Unicamp.
DELEAGE, P. 2005. Le chamanisme sharanahua. Enquête sur l’apprentissage et l’épistémologie
d’un rituel. Tese de Doutorado. EHESS, Paris, França.
DESCOLA, Ph. 2015. Par-delà nature et culture. Paris: Gallimard. coll. Folio essais.
KEIFENHEIM, B. 1990. Nawa : “Un concept clé de l’altérité chez les Pano.” JSA 76 : 79-94. https://
www.persee.fr/doc/jsa_0037-9174_1990_num_76_1_1358
KENSINGER, K., 1995. How People Ought to Live. The Cashinahua of Eastern Peru. Boston: Waveland Press.
LAGROU, E., 2007. A fluidez da forma: arte, alteridade e agência em uma sociedade amazônica.
Rio de Janeiro: Topbooks.
LIMA, E., 2000. Com os olhos da serpente: Homens, animais e espíritos nas concepções Katukina sobre a natureza. Tese de Doutorado, USP, São Paulo, SP, Brasil. https://www.academia.
edu/1446414/Com_os_olhos_da_serpente_homens_animais_e_esp%C3%ADritos_nas_concep%C3%A7%C3%B5es_Katukina_sobre_a_natureza
McCALLUM, C. 2002. Incas e Nawas. Produção, transformação e transcendência na história
Kaxinawá. In: Pacificando o Branco. (B. Albert, A. Ramos eds.). 375-401pp. IRD Éditions, Emprensa Oficial SP/Unesp. https://books.openedition.org/irdeditions/24791?lang=fr
PEREZ-GIL, L. 2000. “O sistema médico Yawanáwa e seus especialistas: cura, poder e iniciação xamânica” Caderno Saúde Pública 17(2): 333-344. https://www.scielo.br/j/csp/a/BrpcRcnqZW3ryzfZSbj8Rnt/?lang=pt

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2024 Eliane Camargo