Resumo
Antes, não havia vaginas. O artigo vai narrar um episódio contado a mim por um velho da etnia Araweté, povo que fala um idioma da matriz Tupi-Guarani, habitante do Médio Xingu. Nele, o jaboti mítico trouxe as vaginas do poente, dando origem às mulheres e ao sexo. Abordarei, a seguir, a necessidade de ingerir a infusão de iwirara após a menarca, relacionando este momento com outras duas ocasiões de abertura corporal: o parto e o homicídio (quando ainda se faziam guerras). Tratarei, enfim, do estado de abertura que constitui o corpo feminino, e, enfim, em que sentido um corpo aberto engendra brechas para comunicação com outras agências do cosmos.
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