Resumo
Ao longo das últimas décadas, a China se consolidou como ator central nas dinâmicas políticas, econômicas e securitárias globais. O país asiático tornou-se o principal parceiro comercial de diversos países sul-americanos, incluindo o Brasil, despontando também como investidor, financiador e construtor infraestruturas. Objetiva-se com este estudo analisar as perspectivas e o quadro geral das relações econômicas sino-brasileiras.
Buscou-se inicialmente compreender os determinantes e implicações da trajetória de internacionalização da China e sua projeção geoeconômica, cujas implicações se caracterizam pelo hibridismo e oferecem tanto oportunidades quanto desafios. Essas oportunidades e desafios se manifestam especialmente nas relações de comércio e investimentos. Em seguida, procurou-se explorar as relações bilaterais em outras esferas, incluindo transição energética, infraestrutura e financiamento.
Para além do dinamismo comercial e das interações movidas por impulsos de mercado, argumenta-se que se faz necessária a manutenção de um diálogo político ativo e a construção de estratégias de longo prazo da China, possibilitando a sua conversão enquanto parceiro estratégico do desenvolvimento brasileiro. A criação e aperfeiçoamento de molduras institucionais e regulatórias, a execução de uma inserção internacional ativa e a promoção de acordos de cooperação devem colaborar para diversificar e agregar valor às exportações, qualificar a natureza dos investimentos, fortalecer a cooperação financeira e realizar projetos de infraestrutura.
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