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A (in)visibilidade de intercambistas chineses na Unicamp e de políticas linguísticas para o ensino de português como língua adicional (PLA)
Nessa edição dos Anais do Seminário Pesquisar China Contemporânea apresentamos alguns resumos selecionados que foram apresentados no 6º Seminário entre os dias 21-23 de setembro de 2022. Veja o site do evento para mais informações.
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Palavras-chave

Mobilidade Acadêmica
Ensino de Português como Língua Adicional
Políticas linguísticas
Internacionalização
Linguística Aplicada

Como Citar

FRAZATTO, Bruna. A (in)visibilidade de intercambistas chineses na Unicamp e de políticas linguísticas para o ensino de português como língua adicional (PLA). Seminário Pesquisar China Contemporânea, Campinas, SP, n. 6, p. e022012, 2023. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/chinabrasil/article/view/4838. Acesso em: 9 dez. 2024.

Resumo

A internacionalização do ensino superior, enquanto um localismo globalizado (SANTOS, 2002), atinge também as universidades brasileiras. Nos discursos e ações vinculados a essa internacionalização, são aspectos quantitativos e suas benesses “globais” que seguem sendo exaltados. Neste sentido, nota-se que mesmo com uma historicidade diversa das universidades do Norte Global, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também incluiu o termo internacionalização em sua agenda e em documentos oficiais na última década (AEPLAN, 2014), dando particular atenção aos acordos de cooperação e à mobilidade acadêmica. Chama atenção, entretanto, como as políticas linguísticas oficiais, particularmente com relação ao ensino de Português como Língua Adicional (PLA) para alunos estrangeiros, ainda detêm um tímido papel na universidade. Um desses grupos de estudantes é o dos estudantes chineses que vêm ao Brasil para intercâmbio acadêmico após terem aprendido português por cerca de 2 anos na China. Tendo em conta a importância, conforme faz a Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006), de problematizar a vida social por meio da linguagem, apresento um recorte de minha pesquisa de doutorado com estudantes asiáticos, a fim de i) visibilizar informações especificamente sobre os perfis de estudantes chineses que estudaram na Unicamp no período de 2010 a 2020 e ii) trazer os corpos e as vozes desses estudantes através de narrativas (FABRÍCIO, 2006) sobre suas experiências no campus, levando em conta o ensino-aprendizagem de PLA pautado pela linguagem enquanto prática social. Compõem o corpus de análise informações obtidas com a Diretoria Acadêmica sobre o número de alunos estrangeiros no período mencionado, bem como entrevista semiestruturada, gravada e posteriormente transcrita, com dois alunos chineses, realizada em 2019. Diante do cenário analisado, é possível afirmar que há, não somente insuficiência de políticas linguísticas específicas para cada perfil de estudante estrangeiro que frequenta a universidade, sem considerar objetivos da mobilidade, nível de ensino (graduação/pós-graduação) e repertórios linguísticos, mas também que as vivências dos alunos poderiam ser melhor mobilizadas, na intenção de um projeto de internacionalização que contemple o estudo internacional (MADGE; RAGHURAM; NOXOLO, 2014) e a interculturalidade (MAHER, 2007; KRAMSCH, 2013).

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Referências

ASSESSORIA DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO (AEPLAN). Anuário estatístico da Universidade Estadual de Campinas de 2014. Disponível em: https://www.aeplan.unicamp.br/anuario/anuario_2014.php. Acesso em: 1 jul. 2018.

FABRÍCIO, B. F. Narrativização da experiência: o triunfo da ordem sobre o acaso. In: MAGALHÃES, I.; CORACINI, M. J.; GRIGOLETTO, M. (Org.). Práticas identitárias: língua e discurso. São Carlos: Claraluz, 2006. p. 191–210.

KRAMSCH, C. Third culture and language education. In: COOK, V.; WEI, L. (Ed.). Contemporary Applied Linguistics. Vol.1. Londres: Continuum, 2009. p.233-254.

MADGE, C.; RAGHURAM, P.; NOXOLO, P. Conceptualizing international education: from international student to international study. Progress in Human Geography, v. 39, n. 6, p. 1–21, 2014.

MAHER, T. J. M. A Educação do entorno para a interculturalidade e o plurilinguismo. In: KLEIMAN, A. B.; CAVALCANTI, M. C. (Org.). Linguística Aplicada: faces e interfaces. Campinas: Mercado de Letras, 2007. p. 255-270.

MOITA LOPES, L. P. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.

SANTOS, B. S. Os processos da globalização. In: SANTOS, B. D. S. (Org.). A globalização e as ciências sociais. São Paulo: Cortez, 2002. p. 25–102.

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