Resumo
A crise financeira de 2008 evidenciou os riscos da dependência excessiva do dólar como moeda hegemônica de meio de troca no comércio internacional e reserva de valor global. A acumulação de significante estoque de reservas cambiais em ativos denominados em dólar mostrou-se como uma debilidade da China, pois, ficou evidente que uma deterioração da economia dos EUA geraria também um declínio do valor do dólar e, consequentemente, dessas propriedades. Ademais, o uso generalizado do dólar para financiar o comércio global teve seus riscos expostos, já que, quando os mercados de crédito dos Estados Unidos paralisaram no final de 2008, o financiamento do comércio evaporou e nações exportadoras como a China foram particularmente atingidas. Nesse cenário, mostrou-se lógico para Pequim a importância de começar a empreender esforços para internacionalizar o renminbi (RMB). Iniciativas como a promoção do uso do RMB na liquidação comercial (via Hong Kong) elucidam a existência de uma incentivo a tornar o renminbi uma moeda internacional. Porém, para que o RMB passe a ser uma das principais moedas negociadas do mundo é necessário que ela também se mostre como uma alternativa de reserva de valor viável. Sob tal ótica, o presente trabalho busca compreender como estão sendo dados os esforços de tornar o RMB uma moeda internacional, compreendendo os limites da sua internacionalização impostos pelos alicerces da arquitetura financeira atual.
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Copyright (c) 2023 Paula Beatriz Borges Feliciano