Os comunistas comem criancinhas
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Palavras-chave

Filosofia Chinesa
Pensamento decolonial
Epistemicídio
Ocidente
China

Como Citar

SOUZA, Julia. Os comunistas comem criancinhas: narrativas sobre o Outro criadas pelo ocidente – o caso da China. Seminário Pesquisar China Contemporânea, Campinas, SP, n. 5, 2021. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/chinabrasil/article/view/4574. Acesso em: 22 jul. 2024.

Resumo

Não  é possivel para estudar o outro – principalmente um outro visto como “tão diferente e exótico como a China” – sem se debruçar sobre duas coisas, pelo menos: como pensar e entender o outro; e como pensar o outro a partir de suas categorias. Neste sentido, alguns estudiosos nos ajudam a ver que, durante séculos, o ocidente criou uma narrativa única sobre o outro. Nesta narrativa, este outro foi dividido em vários grupos diferentes, hierarquizados e, com isso, vistos como insuficientes de algum modo, tomando o pensamento, a cultura e os valores ocidentais como parâmetro. Em relação à China, são aproximadamente cinco séculos de uma narrativa centrada em uma suposta falta – falta lógica, falta filosofia, falta liberdade, falta democracia, faltam direitos humanos, etc. – que se mantém atualmente. Isto ocorre através da academia que não questiona essas caracterizações do Outro e reproduz discursos eurocêntricos do início do século XX, como os trabalhos de Marcel Granet, por exemplo. Ocorre, também, e de forma mais sistemática, na mídia televisiva ou escrita, que reforça os estereótipos hegelianos sobre China, normalmente tendo interesses geopolíticos em vista. O governo chinês, ao buscar agir no cenário internacional considerando os diversos temas sob o viés de “características” chinesas, tem atuado contra essas práticas ocidentais, reafirmando suas particularidades culturais. Assim, a China e a filosofia chinesa, bem como as teorias decoloniais têm tido uma atuação importante no fortalecimento da perspectiva de de(s)colonização das Relações Internacionais, contribuindo para que se comece a compreender o mundo a partir de novos conceitos.

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Referências

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. 24ª Ed. Rio de Janeiro: Edições Graal: 2007. p. 245

CARNEIRO, A. S. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. 2005. 339 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

MORRISON, T. A Origem dos Outros: seis ensaios sobre racismo e literatura. Tradução de Fernanda Abreu. São Paulo: Companhia das Letras, 2019

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