Ocupando o duplo vácuo
PDF

Palavras-chave

Hierarquia Regional
Relações Internacionais
América Latina
China
Política Externa

Como Citar

MATTOS, Guilherme Henrique Lima de. Ocupando o duplo vácuo: A atuação da China na hierarquia regional latino-americana pós-2008. Seminário Pesquisar China Contemporânea, Campinas, SP, n. 4, p. 9, 2021. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/chinabrasil/article/view/3516. Acesso em: 3 jul. 2024.

Resumo

A atuação chinesa na América Latina normalmente é analisada por uma perspectiva econômica e focada para como essa aproximação afeta o desenvolvimento local. No entanto, existe uma lacuna na literatura sobre a relação entre a aproximação chinesa da região e a estrutura de hierarquia da América Latina. Lançando mão da perspectiva de hierarquias e status de Relações Internacionais, esta pesquisa tem o objetivo de preencher essa lacuna ao analisar como se configura essa relação entre a China e a hierarquia regional com foco para o período pós-2008. Nesse período, dois vácuos de poder contribuíram para a alteração na hierarquia regional: o declínio da legitimidade dos EUA na região com a ascensão dos governos esquerdistas em diversos países, e a alteração da política externa brasileira para a região. Partimos da questão de o que condicionou a estratégia chinesa de aproximação com a América Latina no pós-crise de 2008? As explicações para isso variam desde fatores locais, como a orientação política dos governos da região, até fatores internacionais, como o boom das commodities e o distanciamento dos EUA. Essa pesquisa inova ao analisar como a hierarquia regional é um aspecto importante para compreender a estratégia regional chinesa para a região. Também inova por trazer uma análise sobre hierarquia regional em perspectiva multinível. Nossa hipótese é a de que a diferença de influência do principal líder regional condiciona o tipo de abordagem da China com a América Latina. Mais especificamente, analisamos como a estratégia chinesa para a região se dá em três diferentes contextos históricos. No primeiro, o líder regional sendo uma potência extrarregional, como os EUA foram por muito tempo na região. No segundo, o líder regional sendo um membro da região com autoridade e legitimidade. E, por fim, a hierarquia regional em um período de mudança sem um líder definido, como acontece mais recentemente com o vácuo de poder deixado tanto pela potência extrarregional, quanto pela maior potência regional. Nos dois primeiros momentos e estilos de organização da hierarquia regional, a China teve diferentes abordagens com a América Latina e, mais recentemente, no último caso, Pequim tem adotado uma posição mais assertiva e de ocupação desse vácuo deixado pelas potências anteriores. Para isso, analisamos variáveis de autoridade e legitimidade, como dados de opinião pública, posicionamento da comunidade de política externa, pertencimento a instituições regionais, posicionamento de grupos e coalizões domésticas da região, apoio dos países da região à China em Organizações Internacionais, entre outras. Nossas conclusões nos permitem refletir como a estrutura da hierarquia regional constrange ou permite as estratégias de um ator externo que tenta se aproximar da região e quais os fatores determinantes para que esse constrangimento ocorra.

PDF
Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Mattos

Downloads

Não há dados estatísticos.