Os 40 anos da retomada das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos
perspectiva histórica e desafios atuais
Palavras-chave:
China, Estados Unidos, Relações sino-americanas, Política externa, Política internacionalResumo
Em 2019, a República Popular da China (RPC) e os Estados Unidos da América (EUA) celebraram o aniversário de 40 anos da retomada das relações diplomáticas, em meio ao crescente tensionamento das relações bilaterais contemporâneas, principalmente no que está relacionado a questões de disputa comercial e tecnológica. É com isso em mente que o presente trabalho propõe, em primeiro lugar, realizar a reconstituição histórica das relações entre esses dois países, ressaltando os principais marcos na relação bilateral e as principais tendências identificadas na literatura, a dizer, o isolamento com contenção por parte dos EUA, após a fundação da RPC, em 1949, até a reaproximação bilateral nos anos 1970 e a retomada formal relações diplomáticas, em 1979, e a posterior política de engajamento da China. Em segundo lugar, o trabalho busca demonstrar os principais elementos que compuseram a dinâmica entre China e EUA durante os últimos 40 anos, destacando a estratégia estadunidense de incentivo da inclusão da China no sistema internacional, principalmente nos anos 1990, e as proliferação de áreas de atrito na relação bilateral ao longo dos anos 2000. Nesse sentido, os anos de 2010 a 2020 são particularmente enfatizados, devido às crescentes iniciativas estadunidenses no sentido de contenção da China, como, por exemplo, com o pivô para a Ásia e a Parceria Transpacífica (TPP), nos governos de Barack Obama, até a guerra comercial declarada da administração de Donald Trump. Entende-se que foi principalmente nesse período que os EUA passaram a expressar mais suas preocupações e a agir no sentido de enquadramento da China às regras e normas de um sistema historicamente liderado pelos EUA, uma vez que a China assumia uma postura de maior engajamento e de liderança no sistema internacional, no período, principalmente a partir de sua diplomacia e de iniciativas de cooperação Sul-Sul. A apresentação também buscará apontar que, mesmo com o abandono mais recente do TPP pela administração Trump, as iniciativas de contenção da China continuaram pautando a política externa estadunidense, em geral, e levou a impasses, cujos desdobramentos ainda precisam ser observados. Busca-se, com tal desenvolvimento, analisar como se desenvolveu a relação entre esses dois Estados a partir de grandes marcos, levando em consideração não somente a conjuntura mais imediata das relações bilaterais, mas também um olhar sob uma perspectiva de longo prazo. Entende-se que resgatar tal histórico é urgente, uma vez que a dinâmica atual das relações sino-americanas influencia tanto o sistema internacional quanto a política externa do Brasil, país de onde falamos e que possui, historicamente, estreitos laços, nos mais diversos âmbitos, com ambos os países.
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