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A teoria como estratégia criativa
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Palavras-chave

Universo da fotografia
Reflexões.

Como Citar

GATTI, Fábio. A teoria como estratégia criativa : fotografia e formatividade. Studium, Campinas, SP, n. 39, p. 19–40, 2019. DOI: 10.20396/studium.v0i39.12580. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/12580. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Nas últimas décadas, as produções e manifestações no campo da arte apresentam um panorama de reflexões acerca do universo da fotografia na tentativa de significá-la e compreendê-la. Nesse sentido, propõe-se visitar o trabalho de alguns teóricos que discorrem sobre o fazer fotográfico com o intuito de torná-lo visível enquanto estratégia criativa da mesma ordem da formação de uma obra de arte. Para tal empresa, optou-se por uma sustentação na Teoria da Formatividade, elaborada por Luigi Pareyson (1918-1991) na segunda metade da década de 1950, que considera toda atividade humana como criativa e, portanto, inventiva, bem como na tese de Ferreira Gullar, para quem o homem é uma invenção de si mesmo. Assim, partiu-se de alguns textos, argumentos e conceitos do campo fotográfico desde suas primeiras formulações nos anos 1970, como é o caso do conceito de fotografia expandida em Flusser, Fontcuberta, Muller-Pohle, retomado nos anos 1990 por Rubens Fernandes Junior, no Brasil; da fotografia contaminada de Tadeu Chiarelli; da manobra de pensar a imagem pela Interpretação dos Muitos Mundos feita por Dubois; da discussão entre a realidade e a ficção proposta pela exposição A Invenção de um Mundo, ocorrida no Itaú Cultural em São Paulo em 2009; do conceito de contravisão de Fontcuberta e da ideia de pós-fotografia do mesmo autor, também presente em Dubois. Espera-se demonstrar como a construção dessas estruturas textuais, cujo intento é a edificação de instrumentos de análises compatíveis com os investimentos elaborados pelos artistas na atualidade, é também invenção.

https://doi.org/10.20396/studium.v0i39.12580
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