Resumo
O presente artigo tem como objetivos apresentar um breve histórico da constituição da coleção de fotografias do MAM São Paulo, assim como duas exposições realizadas com obras do acervo, e debater a importância da superação da visão tradicionalista e paradigmática que perpassa a questão do fotográfico e seus limites na interação com a arte. Defende-se aqui, a partir de propostas de aquisições e de exposições advindas do museu e, em especial, a partir da convergência com o pensamento de dois teóricos franceses contemporâneos, Philippe Dubois e François Soulages, a hipótese de que a fotografia inserida no discurso e no contexto da arte contemporânea não precisa e não deve ser classificada, tendo em vista que as imbricações entre as artes constituem situação natural de um momento artístico em que é mais importante perceber caminhos, fluxos, fragmentos e atos constitutivos de obras e de artistas do que definir limites e enquadramentos para as produções contemporâneas que a todo tempo gritam por rupturas, esgarçamento de fronteiras, hibridismos e experimentações.
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