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Quarenta anos de Un art moyen
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Palavras-chave

Fotografia e complexidade
Dimensões sociais.

Como Citar

FERNÁNDEZ, Silvia Pérez. Quarenta anos de Un art moyen. Studium, Campinas, SP, n. 20, p. 43–53, 2005. DOI: 10.20396/studium.v0i20.12209. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/studium/article/view/12209. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

No próximo ano completam-se quarenta anos da publicação de Un art moyenEssai sur les usages sociaux de la photographie. Provavelmente se trate de uma das mais sérias e completas tentativas de pensar a fotografia a partir da sua complexidade, na qual abre-se a concorrência de diversas dimensões do social. Este artigo se propõe a resgatar os eixos centrais sobre os quais gira o trabalho, no qual já estão esboçados alguns indícios que Bourdieu desenvolverá nos estudos e análises posteriores sobre o campo da cultura. Pensar o início dos anos 60 na França talvez induza a certa saudade de um estado de mundo mais distante pelo irrecuperável de suas coordenadas, do que pelo tempo transcorrido. É remeter-se a uma sociedade organizada por parâmetros industriais, uma sociedade de classes, na qual a dinâmica do proletariado, os setores médios e a burguesia constituíam o fundamento, uma vez mais, do processo de modernização. 

https://doi.org/10.20396/studium.v0i20.12209
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Referências

Pierre Bourdieu (comp.), Un art moyen. Essai sus les usages sociaux de la photographie, Les Editions de Minuit, París, 1965. (Primeira edição em espanhol de 1979).
O trabalho nasceu de uma encomenda da Kodak-Pathé francesa, e transcorreu entre os anos 1961 e 1964.
Ver “Sociología de la percepción estética”, em Pierre Bourdieu, Creencia artística y bienes simbólicos. Elementos para una sociología de la cultura. Editorial Aurelia Rivera, Córdoba-Buenos Aires, 2003. O texto original foi publicado em AAVV: Les sciences humaines et l’œuvre d’art, París, La Connaisance SA, 1969.
Entre os grupos estudados estão os operários de uma das principais indústrias automotivas francesas (Renault), que tinham seu próprio ateliê de de fotografia, como seria, anos depois, o caso da Siam-Di Tella em nosso país, que contava com seu próprio fotoclube.
Análise que vai no sentido que Bourdieu trabalhará anos depois em La distinción (1979).
La fotografia: un arte intermedio. Ensayos sobre los usos sociales de la fotografia. México, Editorial Nueva Imagen, 1979, p. 210. Obviamente, Bourdieu e o restante da equipe estão se referindo a Mitologías (1957) e El mensaje fotográfico (1961) de Roland Barthes.
Por circunscrever apenas a França e a fotografia, sendo que a produção teórica sobre o visual se desenvolve muito mais na análise do cinema.
Philippe Dubois, El acto fotográfico, de la representación a la recepción (1983).
Análise já esboçada em Un art moyen, mas aprofundada por Bourdieu em “El mercado de los bienes simbólicos”, publicado originalmente em L’année sociologique (1971). Há tradução dele em Creencia artística y bienes simbólicos. Elementos para una sociología de la cultura, op. cit.
Scott Lash sustenta que Bourdieu, apesar das marcas contraditórias encontradas na sua obra, soma-se a olhares pós-estruturalistas como o de Foucault, acompanhando afirmativamente com sua posição acerca do papel dos intelectuais o processo de des-diferenciação pós-modernista (Scott Lash, Sociología del posmodernismo, Buenos Aires, Amorrortu, 1997. Edición original: Londres, Routledge, 1990).
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