Resumo
Sobre a leitura de fotografias, iniciaremos pela boa e velha questão: Existe a verdade fotográfica? Enquanto representação simbólica, o quanto podemos confiar no real da fotografia como forma de apreensão do mundo? Tal questão, debatida quase que exclusivamente no campo da semiótica, é central para aqueles que trabalham com a fotografia do ponto de vista da informação que vai ser tratada e transformada em conhecimento. As possibilidades de manipulação antes e depois da realização do registro, como o arranjo da cena a ser fotografada e a trucagem feita no laboratório, forjando assim o real segundo interesses específicos, bem como a visão de mundo do fotógrafo levando à construção de um sentido, são pontos sempre levantados com relação à objetividade da imagem fotográfica. O historiador Peter Burke, frente ao descompasso entre a heurística do documento textual e a do documento fotográfico, continua apontando a necessidade de técnicas de “crítica à fonte” (BURKE, 2001, p.13) para o estabelecimento de uma diplomática para a fotografia (BURKE, 1992, p.31).
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